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Herança Pesada

Segunda-feira, 24.05.21

[Dando primazia ao objeto (e dando como passo seguinte e num futuro próximo, o protagonismo às Máquinas), tendo o sujeito que esperar e como resposta (ação/reação) as consequências: e assim depois do Comboio e da Ponte, surgindo o Teleférico.]

Demonstrando qual o seu verdadeiro papel na governação das Democracias da Europa tendo o Humanismo e a Solidariedade (Igualdade e Fraternidade) como base da sua estrutura ideológica central (infelizmente já um mito),

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Queda de Teleférico

(Stresa/Itália/2021)

 

─ Na sua essência e formalismo e como intermediário (mais simples definição de político) recebendo da origem (a ordem/o pagamento), apontando a execução (do plano superior remetido) e ignorando o problema aos outros provocado (outros, como sendo os seus representados)

Mas, no entanto, nunca a aplicando (essa mesma base) adiando indefinidamente a composição de um novo cenário (obrigatório para qualquer tipo de renovação) para um melhor e mais eficaz enquadramento do maior e mais diversificado número de personagens (agora sem necessidade de introdução por excesso de múltiplos protagonistas),

Vindo da Itália um novo episódio demonstrativo deste “vazio de poder” (incompetência/irresponsabilidade/crime) nada se fazendo para a manutenção e melhoria do bem-estar em geral dos cidadãos e nem sequer se preocupando com a manutenção num estado de funcionamento e de segurança mínima das nossas infraestruturas fundamentais (de modo a mantermos a nossa soberania e independência nacional).

Daí resultando vítimas mortais como no caso ocorrido este passado domingo (23 de maio de 2021) com um cabo de um teleférico a partir-se, com o mesmo a despenhar-se e dos seus 15 ocupantes, 14 morrendo logo, um pouco tempo depois e o sobrevivente, estando em estado grave/risco de vida:

Repentinamente com o movimento da cabine do teleférico a descontrolar-se acelerando, levando pouco tempo depois o cabo a quebrar, fazendo despenhar o veículo contendo 15 passageiros (menos de metade da sua capacidade) de uma altura de perto de 15/20 metros ─ com o impacto, para a maioria a morte sendo imediata, alguns deles sendo projetados.

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Queda de Ponte

(Génova/Itália/2018)

 

E imaginando-se o que seria (agora que o veículo recomeçava a trabalhar, devido à interrupção forçada provocada pela Pandemia Covisd-19) se o teleférico já estivesse em plena atividade (turística e de massas), sabendo-se de episódios semelhantes ocorridos no passado ainda bem recente e envolvendo (sistematicamente) infraestruturas públicas italianas (e muitas vítimas mortais):

Como o do incidente de 1998 (envolvendo jato militar e um teleférico nas Dolomitas, uma cadeia montanhosa localizada nos Alpes), como o de 2009 (com um comboio de mercadorias descarrilando/explodindo na comunidade de Viareggio) ou como o de 2018 (com a queda da ponte/viaduto Morandi na cidade de Génova), sempre e como se constata estando presentes importantes infraestruturas de transporte da responsabilidade única do estado italiano.

Só nestes três incidentes (de incidente não tendo nada, dado não ser inesperado pelo contrário, nem alterando a normalidade nestes casos, nada se fazendo antes/durante/depois) registando-se um total de quase 70 mortos (no mínimo, 20+32+14=66),

─ Todos eles cumprindo-se as regras e os deveres necessários/obrigatórios podendo ter sido claramente evitados (logo não o sendo e existindo responsáveis/confirmados, devendo ser criminalizados)

Infelizmente e invertidas as prioridades (subordinando-se agora o sujeito ao objeto) na prática e não tendo argumentos financeiros que o permitam (o que faz estarmos “em plena democracia” pagando o mesmo seja-se rico ou pobre) nunca o sendo.

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Explosão em Comboio

(Viareggio/Itália/2009)

 

Levando o acabado de chegar e ex-líder do BCE o 1º Ministro de Itália Mario Dragui (presidente do Banco Central Europeu/sediado na Alemanha, entre 2011/19) a apresentar condolências as famílias atingidas e às crianças igualmente sendo vítimas neste Evento trágico e “absolutamente mortal” e o presidente de Itália Sergio Matarella (sendo-o, desde 2015) para além das óbvias condolências às vítimas e familiares,

A exigir como que “uma revolução nos transportes”, começando-se desde logo e como prioridade pelos utilizadores dessas diversas vias de comunicação/transporte postas à disposição e pagas pelos mesmos como contribuintes: “um respeito rigoroso de todas as normas de prevenção e de segurança, em todos os transportes públicos (e não só).

Mas restando para além da tragédia ─ com as suas origens, evolução e consequências, a serem resolvidas invariavelmente através da manipulação de um tipo de mistura “de tratamento e de adiamento, mas nunca de resolução definitiva/eficaz” (nunca indemnizando o devido ou protelando no tempo) ─ uma certa incredibilidade quase que nos asfixiando nas crenças que desde a nossa nascença nos ensinaram  e nas quais, interiorizadas, acreditamos (de que o sujeito seria sempre mais importante que o objeto):

Nunca compreendendo ou aceitando um incidente 100% evitável como este, nenhuma desculpa sendo aceitável não se tratando de um acidente natural, mas c/ intervenção exterior/artificial (forçando/alterando a paisagem natural inicial, sem retorno para a mesma) e como tal, sempre arriscado não estando completamente integrado no espaço/tempo explorado, no cenário onde é implantado.

Mas aí os ECO-BIO não intervindo, talvez porque sendo aqui os protagonistas os skis, estes ainda não serem motorizados (interferindo, retirem-se então os teleféricos, impulsionando os presentes para um mais ativo, completo, saudável e seguro, exercício físico).

[E incluindo a Itália no Primeiro-Mundo integrando os países mais desenvolvidos do nosso planeta (num total de mais de 200 estados/territórios reconhecidos pela UN), igual ou mesmo pior que o estado em que estão muitas das suas estruturas básicas e internas (e fundamentais), só mesmo (acreditem ou não, se não, então vão lá) os Estados Unidos da América (seja Republicano ou Democrata, tanto faz).]

(imagens: usatoday.com ─ jm-madeira.pt ─ dailymail.co.uk)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 22:41

Algarve – Em 2018 DC Turismo ainda à Inglesa

Terça-feira, 31.07.18

Nunca esquecendo o peso brutal dos turistas (e residentes) BRITÂNICOS na cota do mercado turístico do REINO do ALGARVE – no seu grande contingente integrando, em torno de uns 40%, do número total de visitantes – e do cenário apocalíptico que se abriria se um dia os mesmos nos abandonassem: por exemplo devido ao BREXIT (ainda por confirmar).

 

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Albufeira em 1940

(João Martins/postcrossingallovertheworld.blogspot.com)

 

Com o Bom Povo português, sempre ouviu e sempre fez (antes e depois de Abril), tendo Fé absoluta no Chefe e nas suas direções (negando Brecht, negando Orwell depois de os terem entronizado), mesmo que o Céu nos caia em cima esmagando tudo por baixo (não só nós mas todo o Mundo), jamais reconheceremos o Evento se necessário renegando os órgãos (dos sentidos) e até em última instância suspendendo a nossa mente (restringindo-nos o acesso aos arquivos da Memória, assim como e por interligados a todas as dádivas da Cultura). Só se modificando mesmo (quanto ao funcionamento da mente) por morte (Evento Extremo) ou então por sorteio (saindo-lhe o Euromilhões).

 

Um Evento de (concretização a) longo-prazo e que se tem vindo a consolidar desde 1 de Janeiro de 1986 (data da entrada de Portugal na CEE), atirando irremediavelmente a nossa população (anteriormente agrícola/piscatória, sofrendo a 1ª reciclagem e posteriormente apontando para a industrial) para a área da Prestação de Serviços, mais rigorosamente para o seu Nível Inferior afeto à Hotelaria e à Restauração – mas nunca esquecendo a (omnipresente como os Bancos) Construção Civil (o chamado e desejado Mercado Imobiliário, se possível especulativo): transformando-nos em Criados mas todos Certificados, com salários de 300, do doutor ao varredor.

 

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Albufeira anos 1960/65

(Artur Pastor/CML/Bic Laranja)

 

Ocupado (e porque não dizer vandalizado) o Algarve, ocupada a Madeira (ainda-por-cima sendo uma ilha), ocupada Lisboa (muito solicitada, sendo a capital – anteriormente até com alguns a quererem instalar por perto uma Central Nuclear) e agora invadido o Porto – com duas Ondas Gigantes esmagando o rio Douro, uma descendo do Porto outra descendo de Gaia e penetrando-o – o rio DOURO (tal como numa violação) – em toda a sua extensão, destruindo o que antes era e o que todos nós sabíamos (sendo de lá naturais) e transformando-o num ponto sem TRILHO (O caminho do VIAJANTE da Vida) nem Brilho (Onde está a ESTRELA?) só mesmo CONFUSÃO (com muito álcool, drogas, sexo e sempre em Construção).

 

No caso da Região do Algarve e falando do seu sector dito turístico, do lado do observador dito leigo e com o mesmo a basear-se (unicamente e como eterno aprendiz) na sua própria experiência (sendo um fator podendo contribuir para o êxito, como – devido à introdução do ERRO – para o fracasso absoluto), com o mesmo a poder afirmar (de tão evidente o ser) com uma pequena margem de erro, uma ligeira descida nos números relativos à ocupação turística: no aproximar da época-alta falando-se nuns 10%, talvez agora maior dada a relativa acalmia (estando-se no início de Agosto) registada de momento (por aqui) – notando-se uma quebra pequena no turismo oriundo do Reino Unido, contrapondo-se-lhe mas não o substituindo a ocupação turística portuguesa e sobretudo oriunda de Espanha.

 

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Albufeira – Rua do Túnel por 1950

(mapio.net)

 

E devido – para já não falar do Mundial da Rússia (desviando muitos ingleses) – à desvalorização da moeda (a Libra inglesa), à concorrência de outros destinos (agora reativados como a Tunísia, a Turquia e o Egito) e aos problemas registados nalgumas companhias aéreas (o fim da Monarch, a falência da Air Berlin e a suspensão de alguns dos voos da Ryanair) – que não das condições meteorológicas por estes lados da Península (Ibérica), talvez dos mais agradáveis de quase toda a Europa Ocidental (nestes últimos dias sufocada – atingindo até com grandes incêndios a Suécia – por uma intensa onda de calor) – com o “Turismo Inglês a Descer” prejudicando sobretudo o Algarve e pelo que dizem a Madeira. Nunca se podendo esquecer que estando hoje do mesmo lado – Reino Unido e Portugal conjuntamente na EU (facilitando assim os Negócios) – amanhã cada um deles estará do lado oposto – da fronteira da EU: complicando os negócios, as viagens e os destinos.

 

E com os residentes na Ilha a optarem (até pelo preço menor) por destinos fora da Europa (onde por acaso não se situa o seu velho aliado Portugal), deixando o Algarve “às moscas (sucedendo o mesmo no passado com Marrocos) e se nada se fizer entretanto, entregue (finalmente) às Plataformas:

 

- Algo que certamente não aceitaria o anterior Presidente (da CMA).

 

(imagens: as indicadas)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 22:44

Tiangong-1 ‒ Uma Bola de Fogo Artificial

Domingo, 01.04.18

A menos de 6 horas da reentrada da estação espacial chinesa TIANGONG na atmosfera terrestre, com o ponto de impacto com a Terra a poder verificar-se (talvez e em tom de palpite) sobre o Atlântico (Centro-Sul), África (Central) ou Sudoeste Asiático: num espetáculo (seja diurno ou noturno) certamente único e raro de se ver (e de se saber a sua hora), proporcionando-nos o usufruto de um verdadeiro cenário de cores e de luzes (e de estrondos e explosões como num grande Fogo de Artifício) só equiparável às Bolas de Fogo e a outros viajantes espaciais.

 

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Estação espacial Chinesa TIANGONG-1

 

Entre o final do dia 1º de Abril e o início do dia 2 de Abril, um objeto voador da dimensão de um autocarro escolar (10,4m X 3,4m) e orbitando desde 29 de Setembro de 2011 o planeta Terra – a uma distância entre 161Km/170Km e tendo-o feito mais de 37500 X – no seguimento do seu descaimento acelerado registado (de mais de 250Km para cerca de 160Km) desde o início do mês de Março (deste mesmo ano), entrará na atmosfera terrestre (atualmente a uma V = 28000Km/h), desintegrando-se na sua queda (devido à intensa energia de atrito libertada) e impactando finalmente com a superfície terrestre.

 

Um objeto com um peso inicial estimado em 8500Kg e que passada a sua fase de penetração atmosférica e desintegração progressiva (face ao atrito atmosférico brutal envolvendo-o à sua passagem), segundo os cientistas (acompanhando os momentos finais do mesmo) ainda atingirá a Terra com fragmentos podendo atingir uns 100Kg/200Kg: um impacto ainda sem o momento rigorosamente marcado (no Tempo) e ainda-por-cima sem a sua localização minimamente definida (no Espaço) – a não ser numa larga faixa terrestre compreendida entre as latitudes 43⁰N e 43⁰S.

 

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Decaimento da estação Tiangong-1 ao longo do último mês de Março

 

Tratando-se esse objeto – em fim de vida ativa e indo colidir com a superfície terrestre – de uma pequena Estação Espacial de origem chinesa entrando ao serviço em 2011 e deixando de comunicar em 2016 (altura em que deixou de poder ser controlada) – a TIANGONG-1 ‒ um pequeno veículo espacial (um protótipo de estação) composto por dois únicos módulos (um deles para os tripulantes) com cerca de 15m³ (segundo os chineses o suficiente para 3 astronautas), tendo recebido nos anos de 2012/13 duas visitas de duas missões (de astronautas chineses), nelas se incluindo 4 homens e ainda 2 mulheres.

 

E com Portugal localizado no interior da área de potencial reentrada e de Impacto (situado como está entre os 37⁰/42⁰ de latitude N) do objeto denominado como Palácio Celeste I (uma réplica em miniatura da ISS, com um volume 24 X inferior e com uma massa quase 50 X inferior): num quadro de probabilidades havendo sempre a hipótese de Portugal poder vir a ser atingido (mesmo que mínima e equivalente a acertarmos num Jackpot), localizado como está na zona de sombra da estação (território sob ação de possíveis fragmentos) entre as latitudes (aproximadas) de 37⁰N/41⁰N.

 

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Possibilidade/previsão de reentrada da estação Tiangong-1 em 01.04.2018

 

A menos de 6 horas da reentrada da Estação Espacial chinesa Tiangong-1 na atmosfera terrestre (apontando de momento para a 00:05 da madrugada de segunda-feira/dia 2 de Abril em Portugal) com a sua próxima passagem (prevista) sobre território português a ocorrer por volta das 05:00 do dia 2 de Abril (durante quase 6 minutos) ou seja em princípio já depois da estação espacial ter entrado na atmosfera, ter-se desintegrado e ter impactado (com terra ou com água): não se correndo (em princípio) o perigo de levarmos com algo de inesperado na cabeça (como o temia Obélix), caído do céu e podendo ser mortal.

 

Na transição de domingo (1º de Abril, Dia de Páscoa e Dia das Mentiras) para a segunda-feira seguinte (2 de Abril) e confirmando-se a inviolabilidade do nosso território (não tendo sido minimamente afetado) com todas as previsões a apontarem como possíveis alvos de impacto da estação chinesa Tiangong-1 (e do que dela restar) um destes oceanos ou um destes continentes ‒ sendo naturalmente diferente o efeito do impacto (do objeto aí estimado em 100Kg/200Kg) seja no oceano ou em terra firme (podendo neste último caso ser habitada ou não): envolvendo todos os continentes e os principais oceanos.

 

(imagens: ESA/@esa/twitter.com ‒ esa.int ‒ satview.org)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 18:36

Colateral

Sexta-feira, 26.10.12

Albufeira – Ficheiros Secretos

O Estranho caso do Agente Borboleta

 

Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma

(Lavoisier)

 

A HISTÓRIA DE IBÉRIO ALGAR

 

Esta história – entre muitas outras histórias assinaláveis, guardadas num arquivo privado de manuscritos antigos e de confirmada origem árabe – foi-me contada numa tarde de Verão do passado mês de Setembro, sentado no miradouro do Pau da Bandeira e observando deliciado este mar calmo e sereno. O meu contador de Histórias apresentou-se como descendente do famoso poeta árabe Ibério Algar, que na sua passagem por terras algarvias terá deixado para os seus discípulos e descendentes, muitas histórias verídicas e de encantar.

 

Nessa história o poeta descreve uma das suas passagens pelo estreito de Gibraltar, deixando a pairar no ar um certo perfume de mistério e de fantasia, ao afirmar ter efetuado uma travessia sem nenhum tipo de sobressaltos, observando do alto e sentado numa cadeira bem confortável e rotativa, toda a extensão do mar Mediterrâneo. Sugerindo até ter repetido a mesma viagem – a pedido e por puro prazer e divertimento – no mesmo dia e à mesma hora. Isto fez-me lembrar a Máquina do Tempo.

 

Os Árabes foram muito importantes para o desenvolvimento cultural e científico da Europa durante a sua passagem e estadia pelo nosso continente, podendo-se integrar nesse grupo o nosso poeta Ibério Algar

 

E para uma melhor compreensão da filosofia e experiência de vida de Ibério Algar, nada melhor do que a citação de uma frase a si atribuída: “O tempo não existe e daí a nossa possibilidade de viajarmos entre mundos de diferentes realidades opcionais, mas alternativas e paralelas. Atravessando níveis de realidade dispostas em camadas sobrepostas caoticamente, com diferentes alterações de valores padronizados de energia, capazes de aproveitar o aparecimento de buracos na matéria – por alteração da sua massa – para se transportar instantaneamente para outras órbitas energéticas diferenciadas, mas constituindo sempre como plataforma de vida, o mesmo elemento básico – a Partícula e o seu Universo”.

 

Com o início da reconquista cristã Ibério Algar acabou por se refugiar em Espanha partindo em direção à região de Granada, onde ficou instalado num palácio de um príncipe árabe durante um curto e merecido espaço de tempo, para repouso e recuperação necessária de tantas canseiras e sofrimentos. O seu rasto acaba por se perder nos misteriosos palácios e jardins de Alhambra, à procura daqueles que vira e com quem convivera outrora – numa das suas viagens “aéreas” – e que agora pareciam querer esconder-se ou fugir dele, talvez como desafio á força da sua fé e à sua crença nas forças do Universo.

 

O AGENTE BORBOLETA

(Ibério Algar pelo seu contador)

 

Criatura Sobrenatural muitas vezes associado ao fenómeno OVNI

 

I

 

A borboleta atravessou apressada a teia de aranha que se encontrava à sua frente e entrou pela janela do 1.º andar do prédio em ruínas, sem sequer pedir desculpa à aranha detentora daquela rede de alimentação. O dia estava frio e chuvoso e a hora combinada para o encontro aproximava-se rapidamente. Não queria falhar mais uma vez com a sua presença face ao intruso, nem deixar que a osga sua amiga se escapasse por entre as paredes rachadas da habitação, desaparecendo de novo como se não tivesse nada a ver com o assunto.

 

II

 

Aos olhos da borboleta a casa parecia ter uns mil anos, forte nos alicerces que a sustinha mas frágil nas paredes de madeira e de estuque que a fechavam. Os tetos já tinham desabado parcialmente, apresentando bocas abertas e escancaradas para os andares superiores do edifício em ruínas, que por um lado arejavam todos os animais aí residentes mas pelo outro lado permitia aos metediços e mal cheirosos morcegos entrarem e saírem a seu belo prazer. Tudo parecia ter sido mais uma vez combinado para a atrasar na sua missão, boicotando assim e de uma forma repetitiva, os seus planos tão minuciosamente elaborados.

 

O Sol é o farol da vida e o guardião do conhecimento do mundo onde vivemos. Mas não nos deixemos encandear pela força da Natureza e com isso, a maltratemos com as nossas experiências egocêntricas e absurdas

 

III

 

No interior da habitação do 1.º andar a borboleta virou à direita, dirigindo-se de seguida para o fundo do corredor mergulhado numa escuridão variável, dependendo do baloiçar do único candeeiro ainda em funcionamento. A corrente de ar quase que a fez chocar contra essa inesperada mas orientadora presença luminosa e enquanto se desviava para o seu lado esquerdo, ainda conseguiu vislumbrar no interior da bola iluminada o seu conhecido gafanhoto, lutando furiosamente contra aquela luz ofuscante e mortal; reparou de passagem numa outra cena deveras preocupante para o inseto – colocado mais acima sobre o cabo de suporte do candeeiro, numa posição de espera e de paciência próprio de um caçador experimentado, estava um cruel camaleão de estimação.

 

Construída à nossa imagem a casa física morre como nós, deixando no entanto espaços misteriosos por revelar, que nos inundam o pensamento e nos põe a sonhar

 

IV

 

Estava uma noite de Lua Cheia e a luz infiltrava-se por todos as fendas da casa. A zona das escadas era uma das mais bem iluminadas por esta luz suave e natural – vinda do exterior através da claraboia instalada no terraço – e por essa razão a ideia fixa da borboleta de se dirigir na sua direção, subindo as escadas aí construídas em espiral de modo a rapidamente alcançar o terraço. O encontro com a osga e com o intruso – a sua sombra sempre presente – fora combinado previamente e para esta noite, realizando-se no canto norte desse terraço. Mas a borboleta também já fora preparada para o que desse-e-viesse e alguns amigos de sangue estavam desde há momentos de alerta, para possíveis acidentes de percurso.

 

V

 

A osga e o intruso estavam à espera quando a borboleta transpôs finalmente a claraboia e se introduziu no espaço iluminado pela Lua, completamente às claras e a céu aberto. Inicialmente nada se passou, apenas se ouviu um ligeiro ruído em redor dos muros meios desfeitos que rodeavam todo o terraço. A borboleta pousou sobre o suporte apodrecido da antena de televisão, enquanto alguns grãos de ferrugem caiam sobre o telhado fendido e cheio de musgo, que ainda cobria parte da casa. Parou e pôs-se a observar. Enquanto isso a osga olhara para o intruso, acabando por ignorar as causas do ruído. Nesse momento tudo parou, até ao momento em que se deu a sucessão rápida de acontecimentos.

 

A Osga

Monstro meio-homem meio-réptil, o seu desejo é o de destruir todos os humanos à face da Terra

 

VI

 

Relembre-se que de um dos lados da barricada estavam a osga e o intruso e do outro lado a borboleta e um número indeterminado de amigos de sangue. Numa primeira fase a borboleta bateu as asas como combinado, esperando pela resposta sonora da osga. Ela deveria aparecer de seguida diante de si, assinalando a sua presença com uma luz emitida por um pirilampo fixado no seu corpo e transportando consigo a encomenda combinada. Tal não sucedeu o que começou a incomodar a borboleta. Numa segunda fase o intruso avisou a osga de que iria abandonar o local, deslocando-se em direção ao cabo desligado da antena, que se balouçava perto de uma tomada elétrica de emergência. A borboleta não o viu mas sentiu o seu calor e movimento. Enquanto isso a osga deslocou-se sorrateiramente até `perto da antena, colando-se a ela como um fantasma, numa posição acessível de ataque e de sucesso garantido, ficando aí pacientemente a aguardar. O intruso ligaria a antena à tomada, a borboleta sairia disparada com os efeitos da descarga, a osga cumpriria a sua função alimentar e acima de tudo a encomenda seria preservada.

 

O aparecimento do Intruso poderá ter ligações ao mundo fantástico do temível Chupa-Cabras

 

VII

 

Mas nada se passou assim. A borboleta levantou voo e a antena até aí equilibrada com a distribuição do peso insignificante do seu corpo, acabou por cair para o lado oposto ao do seu voo, esmagando e eletrocutando o intruso – que depois se veio a descobrir ser a fêmea tirana do casal – na sua queda aparatosa no chão. A osga desorientada com o sucedido, ainda tentou escapar-se no meio da confusão instalada, procurando escapulir-se no meio da primeira fenda viável que viesse a encontrar, o que também não conseguiu. Ao tentar pôr-se em retirada viu-se perante um verdadeiro exército de pulgas, térmites e carraças sugadoras que a cercaram, picaram, devoraram, furaram-lhe os olhos, empalmaram e desmontaram, não deixando nada para trás dado o perigo de voltarem a aparecer. A encomenda acabou por ser entregue ao seu legítimo dono, evitando-se assim males maiores para a humanidade e a continuidade da normalidade do quotidiano de todos os animais vivendo à superfície da Terra.

 

A Cibernética criou Marvin, O Androide Paranoide

Robot possuidor de um QI extraordinário, utilizado a bordo da nave espacial “Coração de Ouro” e exercendo as suas funções para a Companhia Cibernética Sírius

 

VIII

 

No seu quarto o agente começou a arrumar cuidadosamente os seus aparelhos eletrónicos, concluída que estava a missão que lhe tinha sido superiormente atribuída. Técnico reputado na área da cibernética e especializado em nano máquinas, era fácil constatar a delicadeza e carinho com que tratava os seus animaizinhos mecânicos – verdadeiros soldados da fortuna – não só pelo privilégio de tratar deles como de seres vivos se tratassem – pareciam cada vez mais conscientes das suas ações – como pela liberdade e segurança de ação que eles proporcionavam. Tinha vencido os outros agentes inimigos, não tendo a lamentar nenhuma vítima colateral.

 

IX

 

Pegou então na sua pequena mochila pessoal, olhou mais uma vez pela janela do seu pequeno quarto de hotel e comparando mentalmente este nascer do Sol com o do seu ponto de origem, pensou que poderia viver neste mundo alternativo sem grandes problemas de adaptação. Mas o arbítrio não o convencia a aceitar o desafio e sabia de antemão, que este nunca seria o seu verdadeiro lugar no Universo.

 

Falando de Espaço-Tempo: utilizando os “Buracos de Minhoca” podemos atalhar entre dois pontos muito distantes no Universo

 

X

 

Ligou finalmente o aparelho de transporte RET (redimensionador espácio-temporal), aplicado com técnicas biotecnológicas inovadoras no pulso do seu braço esquerdo – artefacto de alta tecnologia que o iria levar de volta ao seu lugar de partida – programando-o com toda a precisão e precauções associadas, de modo a atingir uma execução com pleno sucesso de todo o plano inverso de retorno. E então deixou de existir subitamente, engolido pelo espaço e recolocado no seu lugar.

 

(imagens – Google.com)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 16:14