ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Natal em Albufeira
I
Albufeira – Ficheiros Secretos
O Fim dos Sonhos (e dos Direitos) da Criança
E a última criatura nomeada presidente da CIP – CONFEDERAÇÃO dos ILUMINADORES PLANETÁRIOS – ainda não se pronunciou sobre este caso miserável: em vez disso anda muito ocupado numa campanha suicida contra um Iluminado português, associado à poderosa, clandestina e legal Goldman Sachs, só porque essa entidade hierarquicamente superior que tudo controla, chamou os nossos empresários pelo seu nome de código: IDIOTAS!
Os Estrangeiros ficaram horrorizados com o brutal acontecimento, protestando de imediato contra a falta de controlo aéreo por parte do radar instalado em Monchique e ao serviço da RTA/Rede de Telecomunicações Aéreo-Espaciais/Foia cujo presidente é Dióspiro Silva
A cidade de Albufeira continua visivelmente às escuras – situação esta ainda não totalmente esclarecida pelos seus Iluminadores Oficiais – no que diz respeito às iluminações e decorações de Natal, que em anos anteriores e por esta altura já estariam todas colocadas e à espera do Pai Natal e da sua fiel rena Rodolfo.
Inicialmente esta situação poderia ter sido resolvida utilizando esquemas de financiamento semelhantes aos de anos anteriores, mas nem os Castro (alienígenas iluminadores do norte de Portugal) nem os nossos irmãos espanhóis (alienígenas iluminadores Andaluzes) foram contactados e mesmo o tecido empresarial do concelho de Albufeira – anteriormente tão ativo e participativo – revelou-se uma autêntica manta de retalhos, completamente destroçada e cheia de buracos.
Persistem rumores de que o anterior Presidente – atualmente direcionado para outros voos, e ao comando da Rede de Telecomunicações Aéreo-Espaciais (RTA) – terá tido conhecimento prévio da ocorrência desta situação indesejada, tendo iniciado antes da sua renúncia ao cargo na autarquia conversações secretas com entidades estrangeiras, que se teriam oferecido para colaborar e proporcionar aos albufeirenses uma quadra natalícia de acordo com os seus anteriores pergaminhos.
No entanto fora tudo por água-abaixo devido a um acidente inesperado registado já muito próximo do planeta Terra, quando se verificara um choque violento entre o transporte utilizado pelo Pai Natal – e patrocinado pela Coca-Cola-Espaço – e a nave alienígena que transportava todo o material recolhido em dádivas solidárias efetuadas nos seus planetas de origem, numa missão confidencial liderada pela carismática e humanoide Isabel Caridade Choné.
Aproveitando a quadra natalícia e as convidativas promoções existentes na área da hotelaria e da restauração (devido à crise), já muitos estrangeiros tinham sido referenciados a passearem-se no Centro Comercial da Guia. No entanto com a ocorrência deste acidente tudo se pode inverter!
O choque provocara fortes traumatismos no Pai Natal deixando-o praticamente colado ao exterior da nave de estrangeirados e num estado de inconsciência tal, que jamais o deixaria nos próximos tempos exercer na plenitude a sua função ou mesmo o de saber quem ele era e o que fazia por ali. Para já nem falar da rena Rodolfo projetada à distância devido ao forte impacto e recolhida à enfermaria para um teste completar ao nível de álcool no sangue – a ponta do seu nariz estava de um vermelho intenso e bem colorido.
Para os estrangeiros viajando na sua nave alienígena, o acidente inesperado e inopinado provocara prolongados momentos de terror, o que os levara a reagir de imediato e irrefletidamente, disparando os seus lasers sobre o trenó puxado pela rena Rodolfo, acabando por destruir – sem o querer – todos os brinquedos de todas as crianças do mundo que se tinham portado como crianças durante todo o ano de 2012. E isso era uma vergonha para estes estrangeiros, conhecedores da violência exercida sobre os pobres e sobre as crianças abandonadas e más.
Daí o anúncio do apoio destes estrangeiros particulares à candidatura a presidente da Câmara nas próximas eleições autárquicas de 2013 do conhecido Senhor Doutor Vitivinicultor Silva – apresentando-se ao mundo algarvio como um produto bipolar (doutor e operário) e o único com acesso exclusivo a organizações governamentais – cuja comissão de honra já constituída se vai desde já concentrando em importantes trabalhos de pesquisa, oferecendo os seus colaboradores nesta quadra natalícia a sua total disponibilidade em participar na iluminação da cidade de Albufeira, contribuindo com luzes economizadores vindas diretamente da China e funcionando a LED’S e ainda na montagem e decoração do presépio no novo aldeamento da Praia da Coelha – projeto financiado a fundo perdido pelo BPN – já apetrechado de todos os seus figurantes e incluindo a vaca e o burro.
Nunca esquecendo a presença constante de elementos pertencentes à GNR, colocados estrategicamente – nesse ponto central e político dos festejos da quadra natalícia albufeirense – como força de proteção e de segurança, devido não só à divulgação crescente de histórias sobre uma alta taxa de concentração por m² de extraterrestres aí residentes, como também pelo constante relato de rumores incríveis – ainda nenhum confirmado – sobre a ocorrência de abduções exercidas sobre humanos e executadas por seres saindo furtivamente das moradias aí situadas e que rapidamente regressariam carregando as suas vítimas e desaparecendo de novo no interior das mesmas. Mais tarde algumas das vítimas abduzidas regressariam, mas sem se lembrarem absolutamente de nada.
II
Anexo
Albufeira – duas notícias interessantes relacionadas com este caso:
1
Pai Natal digital montado e programado em Taiwan
Sensibilizados pelo esforço heroico-suicida do povo português, os norte-americanos em colaboração com as suas multinacionais solidárias, decidiram enviar-nos um estrangeiro disfarçado de Pai Natal. Daí resultaram violentas cenas de espancamento em que o tradicional Pai Natal subindo pelas paredes da casa, era atacado sem dó nem piedade e chamado de chulo e de ladrão pelos seus próprios promotores e proprietários – enquanto em sinal de submissão, obtinham a aprovação da multidão ululante que passava pelas ruas.
2
O Pai Natal e a rena Rodolfo feitos com amor e carinho por mãos velhas e sensíveis
A tradição nunca se há-de perder pelo menos enquanto através de nós, a nossa cultura e a nossa memória não morrerem – e nisso ainda nós podemos acreditar, apoiados no nosso povo, sustentados pelos sonhos e histórias dos nossos avós e confirmadas no amor que alguns de nós ainda sentem pela terra, cheirosa e cheia de vida. As consequências são bem visíveis diante de nós, com as multidões urbanas morrendo asfixiadas dentro das suas casas carregadas de gente e mal arejadas, sem dinheiro, sem diálogo e sem comida, mas que ao primeiro lampejo de sabedoria e clarividência recorda a sua cultura e a memória dos seus antepassados, regressando nem que seja mesmo em sonho, à sua aldeia natal bem perdida lá no fundo de Portugal. Sobreviver ou retornar às origens?
(imagem – Google)