ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Os Animais São Lindos, Tais como as Crianças e os Velhinhos
[Os estando pelo meio, talvez por colocados entre a espada e a parede, nem tanto assim.]
“Parece que voltamos a tempos cinzentos dentro do nosso Parque Nacional. Somos um país civilizado e ficamos gratos pelas espécies como o Lobo Ibérico, como o Corço e como a Cabra Montês serem espécies protegidas já há muitos, muitos anos. Da mesma forma que nos envergonha o país vizinho que só recentemente decretou o Lobo Ibérico como espécie Protegida, e que continua a sustentar e a fomentar a Caça do Macho Montês, que, caso não saibam, uma licença rondará os 12 mil euros pelo troféu.” (PNP-G/O Gerês/O Regresso de Dias Cinzentos)
Certamente com a maioria das pessoas a gostarem de animais, muitos deles vivendo o dia-a-dia na sua companhia adotando-os, ou mesmo estando ainda em estado selvagem, domesticando-os ─ colocando-os muitas vezes como nossos animais de companhia (e irracionais) em territórios urbanos ─ e sabendo simultaneamente que certos animais, mantendo-se no seu estado selvagem, têm nas florestas o seu meio natural, o seu refúgio, o seu território soberano (tal como nós, os racionais) ─ territórios localizados para além dos urbanos, dos rurais, sendo florestais, mas muitas vezes dada a proximidade (ou mesmo coincidência) colidindo com os anteriores ─
Tendo consciência deste tipo de distribuição de diversos tipos de animais (irracionais), inseridos por um motivo ou por outro (mesmo que no nosso sistema alimentar) no nosso quotidiano de vida societário (e racional), umas vezes aparecendo misturados e integrados (meios rurais e urbanos), outras vezes sendo selvagens em territórios especiais por expressamente aos mesmos dedicado (até para a sua preservação como espécie protegida) ─ como o serão as zonas protegidas, as regiões com Reservas Naturais ─ e ainda minimamente noção (todos andamos na escola e sendo o respeito do direito à vida dos animais racionais/irracionais, algo de básico) de que somos nós a ter responsabilidade da manutenção das condições de Vida desses Animais, depositadas nas nossas mãos,
Ficando-se deveras surpreendido como apesar de todos os esforços feitos até hoje para se respeitarem minimamente (que seja) as “fronteiras mínimas de convivência” ─ do outro lado estando o mesmo que do lado de cá e existindo ação, obviamente seguindo-se a reação (podendo provocar dor, dependendo do remetente) ─ e mesmo que postos perante fatos de uma Vida e de Gerações sucessivas (o mais claro exemplo sendo as Guerras, não se dialogando partindo-se para o conflito) que até pelas consequências já deveríamos há muito ter interiorizado (e avaliado),
Que acontecimentos como os ocorridos na Peneda-Gerês ainda surjam e sejam infelizmente notícia, só podendo mesmo ser considerado como um ato de selvajaria, ainda mais agravada por ser praticada conscientemente por um animal racional, sobre um outro, mas irracional, dependendo do primeiro (ou seja, já estando antes, na suas mãos), sem defesa, ilegal e logo praticada numa reserva Natural: abatendo cabras maltesas apenas para lhes cortar a cabeça (deixando o resto do corpo para trás) para de seguida as vender por uns milhares de euros e como troféu (depois de passarem pelos embalsamadores) a colecionadores. Em três cabras montesas encontradas mortas na Reserva Natural da Peneda-Gerês (zona protegida) ─ todos machos ─ duas delas tendo sido obra destes caçadores furtivos podendo ser portugueses como espanhóis, com uma terceira a ter sido vítima dos lobos.
E sabendo-se como já maltratamos tantos e tantos animais (irracionais) todos os dias, muitos (dos racionais) fazendo-o sem arrependimento e sem parar ─ para já não falar daqueles milhões e milhões que são introduzidos sem escolha na nossa cadeia alimentar ─ tendo-se de forçosamente até para se poder interromper a tomada deste tipo de atitudes e comportamentos inadmissíveis, como o será o caso das nossas “cabras maltesas” vivendo cá sendo para além do mais portuguesas, arranjar soluções tendo sempre em conta o território desses animais (devendo ser soberano), os outros animais rodeando-os e neste destacando-se esmagadoramente o Homem (o lobo o necessário) e obviamente a relação legal (de direitos para os irracionais) que terá de ser estabelecida entre ambos: e cumprindo o irracional, faltando educar o racional. Aproveitando no entanto esta “imensa tristeza” para servindo-me dos “retratos” ver o Parque e os seus Animais, sem dúvida uma das “Maiores Belezas de Portugal”, Selvagem, com Vegetação, com Animais, com Água, Despoluída, cheia de Vida, sobretudo e ao contrário das cidades (onde todos nos enfiamos com “cães-e -gatos”, tentando criar o campo na cidade com umas hortas) tranquila.
(imagens: O Gerês/O Regresso de Dias Cinzentos/26.01.2022/PNP-G/facebook.com)