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A Europa de Schäuble

Sábado, 18.07.15

Será a de Merkel?

 

O que parece é que o Chefe/Schäubel mandou o seu General/Merkel anexar a Grécia e que o colaboracionista grego por essa altura no Governo aceitou a situação como inevitável. Concordando em transformar-se (travestindo-se numa pirueta impressionante) no representante do exército de ocupação.

 

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Merkel e Schäuble

 

Para quem ainda tinha dúvidas de quem manda na Alemanha basta ler apenas algumas partes da entrevista de SCÄUBLE ao semanário alemão DER SPEGEL.

 

“Schaeuble says ready to resign if hand forced in Greece talks.”

 

Como Ministro das Finanças do país que lidera e comanda as finanças conjuntas de toda a UE, com as suas recentes declarações ele só vem mais uma vez confirmar que para ele a Alemanha estará sempre em primeiro lugar só depois surgindo a Europa.

 

"Angela Merkel is chancellor, I am finance minister. Politicians derive their responsibility from their functions. No-one can force them. If someone tried I could go to the president (Joachim Gauck) and ask him to dismiss me."

 

E entre assumir a solidariedade para com um Estado em extrema dificuldade (económica e financeira e correndo um grande risco de implosão) ou aconselhar em sentido contrário a sua imediata expulsão (no fundo ele vê o mundo como uma instituição prioritariamente financeira, claramente a melhor forma de controlar os mercados sentado numa cadeira – e não necessita ser de rodas), SCHÄUBLE demonstra uma linha de pensamento sem hesitações e verdadeiramente inflexível (por inalterável ao longo de todo este tempo): o que o leva a afirmar mesmo depois de estabelecido o acordo UE/GRÉCIA, que o melhor cenário para os gregos seria mesmo deixarem a UE (subentendendo-se simultaneamente, que seria também o melhor para a UE).

 

“Asked if he was thinking about resigning, he replied: "No, what makes you think that"? Schaeuble said he and Merkel had an understanding: "We know we can count on each other."

 

Desautorizando MERKEL (e com ela toda a Europa) e confirmando que enquanto lá estiver, “dinheiro emprestado para incompetentes só mesmo sobre o seu cadáver”.

 

“So far Merkel has been able to draw on Schaeuble's popularity among members of her conservative-social democrat coalition to garner grudging acceptance for a third Greek bailout.”

 

E assim se concluiu mais uma temporada desta grande série televisiva europeia, registando grande audiência (apesar da enorme monotonia do guião) no decorrer dos seus últimos anos de projecção (a outra série de grande êxito a ser rodada na Ucrânia encontra-se de momento num impasse temporário devido a razões financeiras), esperando-se que pelo desenvolvimento dos últimos acontecimentos (no Governo grego) o início da próxima temporada esteja mesmo aí ao dobrar da esquina.

 

“A poll in early July showed 72 per cent of Germans supporting his approach.”

 

E se dermos a volta a todo o quarteirão (da Europa) outros candidatos (para já cautelosamente à espreita) começam a ser identificados e seleccionados para a estreia de outras novas séries, demonstrando com o seu currículo e potencial previamente por eles apresentados, qualidades e capacidades tornando-os capaz de (com mais um pouquinho de austeridade) rapidamente atingirem êxitos semelhantes: Portugal, Irlanda, Espanha, França, Itália e por aí fora (na sua autofagia a Europa que escolha).

 

(texto/inglês: AFP/18 Julho – imagem: WEB)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 18:20

O Suicídio Assistido de Wolfgang Schäuble

Segunda-feira, 15.04.13

Astrólogos – Nunca nos avisaram da chegada do Anticristo

 

O Teórico – Antecedentes

 

Schäuble acabava o seu primeiro ano de vida quando terminou a II Guerra Mundial. Pertenceu à primeira geração que viveu após a derrota e o colapso da Alemanha, tendo passado toda a sua juventude no período de reconstrução que se lhe seguiu, sentindo directamente na pele como todos os outros alemães os efeitos da assistência dos vencedores da guerra e da aplicação de um plano duro de recuperação, destinado prioritariamente a recuperar economicamente este país central e estratégico da Europa dos escombros da guerra, relançando-o de novo e às suas empresas colaboracionistas no renascido mercado mundial.

 

Schäuble chegou verdadeiramente ao poder no tempo de Helmuth Kohl, sendo nomeado chefe de gabinete do chanceler e posteriormente líder parlamentar da CDU, ministro do Interior e até líder do partido. Apesar de se ter tornado num dos mais experientes e promissores políticos da direita alemã, acaba por ser vítima de um atentado ainda mal esclarecido – levado a cabo por um “drogado esquizofrénico” – quando saía de uma reunião com colegas do seu partido. Apesar de se ter temido inicialmente pela sua vida, acaba por recuperar parcialmente, estando hoje em dia preso a uma cadeira de rodas. O problema para ele e para a concretização das suas ambições esteve na mulher que o próprio Schäuble escolhera para secretária-geral do seu partido, que à primeira oportunidade e aproveitando um escândalo financeiro que envolveu a CDU e o seu líder, através dum golpe palaciano, tomou de assalto o partido em 1998 acabando como todos nós sabemos por chegar a chanceler, fazendo assim esfumar-se o grande sonho de Schäuble.

 

Mais tarde Angela Merkel chama-o para a pasta das Finanças – anteriormente vetara a sua candidatura à Presidência alemã – reconhecendo a importância de ter ao seu lado um Ministro duro e impiedoso para com aqueles países que não gostando de trabalhar só pensavam em viver com o dinheiro dos outros: um ministro que acreditava e ainda acredita que austeridade e desenvolvimento podem levar à recuperação económica de uma Europa assaltada e falida a partir do seu interior pelos seus políticos e interlocutores, contrariando tudo o que se está a passar no resto do mundo, com os mercados a serem inundados por dinheiro fresco de modo a incentivarem o consumo, isto apesar de apresentarem como os EUA dívidas consideradas brutais.

 

Relembre-se que a acção de Schäuble está na base do lançamento da Grécia para o abismo económico e social, com ameaças constantes de expulsão do país da CEE; e logo a Grécia uma das maiores vítimas da acção criminosa da Alemanha durante a II Guerra Mundial e que como todos sabemos foi um dos países que colaborou no perdão da dívida da Alemanha, da qual era credora de muitos milhões. É Schäuble o luterano e arquitecto da reunificação alemã que afirma: “Devem muito dinheiro? Não podem pagar? Então cortem despesa, reduzam os salários, sofram – a absolvição virá depois!”

Mesmo com o aparecimento de um novo caso – o de Chipre – e como se fossemos uns malandros diferenciados dos outros, ainda temos um ministro grande seguidor e admirador deste indivíduo – individuo que pensando apenas na Alemanha, se esquece que à sua volta se encontra o resto do mundo. Então qual será o verdadeiro papel do nosso Ministro “Gaspacho”?


A Morte do Euro – Saia Cara ou saia Coroa a Europa está condenada


A Teoria – Aplicação

 

O ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, respondeu aos EUA dizendo que não haverá mexidas no BCE e que a austeridade e o crescimento se fazem ao mesmo tempo. Já Bruxelas, num documento preparatório para o Eurogrupo de hoje em Dublin, negou qualquer alívio nas restrições orçamentais e pediu mesmo medidas extras de austeridade a França, Itália e Espanha e a sete outros estados-membro.

...
De facto, o BCE é o único banco central das economias desenvolvidas que não usou a injecção directa de dinheiro na economia como forma de travar a recessão. Frankfurt injectou um bilião de euros na banca, mas as verbas foram sobretudo usadas para recapitalização das instituições financeiras e não para dar crédito à economia, como é necessário.

...
Por seu lado, os EUA (país em que os estados federados se ajudam entre si) já asseguraram que vão dar dinheiro sem limite até a taxa de desemprego descer abaixo de 6,5% – está hoje nos 8%. Já o Japão quis ir mais longe e anunciou esta semana a maior intervenção do seu banco central de sempre – injectar 54 mil milhões de euros por mês na economia, durante dois anos, num total de um bilião de euros.

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A realidade é que a Europa está a perder terreno face aos seus principais concorrentes directos. A Zona Euro terá em 2013 o segundo ano consecutivo de recessão – inédito na sua história – com mais de metade dos estados-membro estagnados ou em contracção. O desemprego está num máximo histórico (12%) e existe o risco de a região fechar o ano com seis dos seus 17 países resgatados (Se a Eslovénia cair). Enquanto isso, EUA, Japão e até o Reino Unido vão continuar a crescer em 2013 e 2014.

 

(imagens: retiradas da web – 2.º texto: retirado do jornal Sol)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 13:54