ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Mundos
O Mundo era grande e era de todos nós.
A partilha era uma escolha natural e todos ocupavam o seu lugar.
A especificidade da vida de cada um era preservada mantendo secreta a sua intimidade.
O lugar era um espaço individual onde decorria a vida, diluído num universo colectivo e solitário, mas dinâmico na ocupação de superfícies em transformação.
O Mundo era um conjunto solidário de coisinhas pequeninas, tornadas grandes, pela propagação a outros mundos dos nossos medos e inquietudes.
E a certeza de que valia a pena preservar a memória da nossa cultura, tornava este mundo, mais transparente e avesso á brutalidade da acção do tempo.
Era um mundo colorido com pessoas circulando livremente em todas as direcções e não esperando nada de novo, a não ser o seu movimento à procura de vida.
O ar, a profundidade, a simetria, a decomposição de cores e as diferentes ocupações de espaços em diferentes planos que se intersectam passando por diferentes referências, todas aglutinadas numa origem comum, compõe a parte sensual da imagem que nos absorve.
Talvez a necessidade de erecção de um novo símbolo fálico, que perfure a parte central desta nova realidade, á procura de mundos paralelos que compensem realidades perdidas.