ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Face de Mulher Ibérica da Idade do Bronze
[Reconstrução]
Mulher da Idade do Bronze
(Península Ibérica)
No sudoeste da Península Ibérica no sítio arqueológico de LA ALMOLOYA (Espanha), a notícia da descoberta de uma sepultura (dupla) fazendo-nos recuar ao (contexto do) ambiente político-social dos inícios da Idade do Bronze, em EL ARGAR: um povoado pré-histórico, provavelmente com “a sua sociedade dividida (hierarquicamente), aristocrática e guerreira” (Wikipédia).
“Emblems and spaces of power during the Argaric Bronze Age at La Almoloya, Murcia.”
(Cambridge University Press/cambridge.org/11.03.2021)
Sítio de La Almoloya
Interior de Sepultura
Desde logo com esta descoberta (em Antas/Almeria) a acrescentar algo mais ao conhecimento da história da península (mais tarde integrando Portugal e Espanha) durante um determinado período da idade do Bronze (de 2.200AC a 1.500DC), no caso da sepultura encontrada e na “quantidade, variedade e opulência” dos produtos aí registados, demonstrando a dimensão económica e tecnológica da sociedade da altura.
Uma sepultura localizada debaixo de um edifício “único” construído no local, assim designado por ser provavelmente “um dos primeiros palácios dos inícios da Idade do Bronze” (cambridge.org) ─ na Europa Ocidental: e nela se encontrando objetos emblemáticos do poder (de então) como um “diadema de prata”.
Para além dos artefactos podendo-nos dizer algo mais sobre como era a vida, quase 2.000 anos antes de Cristo ─ como é o caso do uso dos diademas, associados às mulheres ─ com a sepultura a conter um homem (de 35/40 anos) e uma mulher (de 25/30 anos) colocados lado-a-lado. no interior de um grande e largo jarro-funerário.
“Facial reconstruction shows powerful Bronze Age woman's serene expression and huge earrings.”
(Laura Geggel/livescience.com/30.12.2021)
Diadema de Prata
Diademas e outros utensílios
Juntando tudo isto (corpos, artefactos e conhecimentos recolhidos) e posteriormente adicionando-se uma “reconstrução digital”, no sentido de se tentar obter uma reconstrução facial de um dos corpos, utilizando-se a mulher para a concretização de tal propósito: surgindo então uma mulher poderosa talvez mesmo assustadora, utilizando um diadema de prata.
Sendo a partir destes estudos (históricos, arqueológicos, científicos, transversais) e da análise persistente de pequenos pormenores (indo até ao pormenor, mais pequeno e mais profundo), que salvaremos a memória e a cultura de um povo e a sua futura soberania e independência, conhecendo no nosso caso não só a evolução geológica registada neste território (desde há mais de 4.000 anos), como simultaneamente e sendo o mais importante (sem Homem não existindo História), a evolução dos nossos antepassados tendo escolhido o território mais ocidental do continente para viver: a Península Ibérica.
Integrando a Pré-História, Idade do Bronze coincidindo com a ascensão da Suméria (4.000 AC), no caso da Europa Ocidental incidindo mais no período indo de 1.700 AC a 700 AC (entre estas últimas datas, com as culturas Ibérica e Britânica).
(imagens: Joana Bruno/ASOME/Universitat Autònoma de Barcelona ─ cambridge.org)
Autoria e outros dados (tags, etc)
O Senhor Bratislav Stojanovic
História de um Cidadão Europeu
A casa de Bratislav Stojanovic
O cidadão Bratislav Stojavonic nasceu há quarenta e três anos atrás no antigo e agora extinto país Europeu então conhecido como Jugoslávia. Com a desintegração completa deste país independente e a perseguição por diferentes grupos armados de todas as etnias aí residentes – contando para o efeito com o precioso apoio da Alemanha e com a colaboração armada das forças croatas que a tinham apoiado no período de domínio dos nazis, na sua luta contra os seus inimigos sérvios e respectivos apoiantes Aliados – este cidadão acabou por nunca mais encontrar um emprego regular, mergulhando profundamente num crescente monte de dívidas e perdendo no meio deste genocídio social a sua habitação. A solução encontrada pelo cidadão sérvio para arranjar um local onde morar, acabou por recair num cemitério da cidade de Nis e numa sepultura desconhecida e há muito abandonada pelos seus antigos proprietários. Aí viveu nos últimos quinze anos na companhia dos mortos aí sepultados, não tendo nenhuma razão de queixas destes: “De início ainda tive medo, mas habituei-me à situação rapidamente. Agora tenho mais medo dos vivos do que dos mortos”.
(a partir de notícia – Disinfo/Daily Mail)