ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
IPhone
“Apple CEO Tim Cook saw an iPhone in a nearly 350-year-old painting.”
(cnbc.com)
"Man hands a letter to a woman in a hall" by Pieter de Hooch
Como toda a gente já entendeu e adquiriu a importância fulcral da utilização de tal artefacto – acabando por o aceitar e interiorizar – hoje em dia a esmagadora maioria das comunicações interpessoais nunca se poderiam concretizar sem a interposição e intervenção dum TELEFONE INTELIGENTE (ou SMARTPHONE):
- Não só porque TEMPO É DINHEIRO e como tal teriam de aproveitar até ao limite de todos os nossos parâmetros vitais cada segundo da nossa vida (nada se desperdiça em qualquer tipo de transformação);
- Mas também pelas diversas propostas que tal artefacto nos propõe, não se limitando apenas à função atribuída ao TELEFONE PRIMITIVO, dirigido mas unidirecional.
Na altura um artefacto considerado excecional pelos seus utilizadores, não só por permitir comunicações agora livres dos limites impostos pela passagem do tempo, como por poder ser distribuído sem grandes restrições por todo o espaço à nossa volta:
- Ficando-nos ainda na lembrança a imagem das nossas mães e avós passando tempos infinitos agarrados ao seu telefone, como se fosse um amigo comunicando com o Mundo e ligando-as a ele por um misterioso e quase divino (MÁGICO) cordão umbilical.
Apparently the iPhone was invented nearly 350 years ago
Agora promovido a um nível superior de integração pré-biológica (transformando-se num espetacular periférico externo), adaptado prioritariamente às nossas necessidades fundamentais de sobrevivência e de integração social e aqui executado no sentido da concretização dum objetivo agora muito mais vasto e coletivo e com outras implicações ligadas à construção e adaptação (à nova realidade projetada) da nossa sociedade:
- Aparentemente melhorando significativamente os canais de comunicação já existentes entre todas as raças conhecidas entre a espécie (humana) dominante, dando-lhe não só acesso a um número infinito de contactos confirmadores da sua existência, como também à possibilidade nunca antes sonhada de se poder aceder instantaneamente a locais a grandes distâncias, como se pudéssemos viajar à velocidade da luz – sentindo-se agora em direto (e no presente) o que indiretamente (sem a nossa presença) nos contavam (do passado).
Um artefacto evoluído (e desenvolvido no Espaço), adaptado ao ser humano (e à sua extrema necessidade de comunicação), com dotes de integração (nem que seja numa ilusão) e num futuro muito próximo metamorfoseando-nos num novo ser cibernético (sendo capaz de se diluir num destino coletivo). Mas pelos vistos e como tudo (o complemento de nada) com problemas de registo (o que é bom – mais problemas, mais soluções e com isso mais dinâmica): cronológicos e com uma amplitude absurda. Dependendo do que se entende por tempo!
According to Apple boss Tim Cook's interpretation of a painting
The painting Cook was referring to was not in fact by the Dutch painter Rembrandt. It was painted by Pieter de Hooch in 1670 and is entitled "Man Hands a Letter to a Woman in a Hall." The letter in the picture sort of looks like an iPhone. "I always thought I knew when the iPhone was invented, but now I'm not so sure anymore," Cook said. Just to be clear though, the first iPhone was released in 2007 when Steve Jobs was still in charge of Apple. (cnbc.com)
(texto/legenda/itálico: Arjun Kharpal/25.05.16/cnbc.com – imagem: wikipedia.org)
Autoria e outros dados (tags, etc)
Metadata
Os metadados ou metainformação são dados obtidos a partir da análise automática de outros dados: vê-se logo que os dados obtidos com este processo mais miraculoso do que científico, só podem ser propositada e estrategicamente redundantes em desinformação.
Metadata
Ninguém te está a ouvir ao telefone apenas a analisar o teu telefonema
“We kill people based on metadata.
But that’s not what we do with this metadata”
(Michael Hayden)
Se por um dos lados a evolução científica e tecnológica permitiu aparentemente facilitar-nos o nosso quotidiano diário – nas comunicações, nas transacções, nos extractos, nos impostos, na saúde, etc – por outro lado a sua integração e generalização por todas as redes de informações mundiais proporcionou aos fanáticos ideológicos e extremistas da segurança, a identificação através da análise de pequenos detalhes em princípio não significativos e não correlacionados de potenciais provocadores e terroristas: tudo baseado simplesmente na recolha duma infinidade de impulsos electrónicos que conjugados em torno dum foco de referência podem no final através dum mero impulso electrónico identificar e localizar o alvo a abater. Desde que não seja um enorme Boeing 777, a rota do comércio mundial de armas ou os movimentos dos grupos de mercenários privados.
Michael Hayden
Director da CIA
“People get hung up that there’s a targeted list of people.
It’s really like we’re targeting a cell phone.
We’re not going after people – we’re going after their phones, in the hopes that the person on the other end of that missile is the bad guy”.
(David Cole)
O problema aqui não reside verdadeiramente na estratégia adoptada para destruir o Inimigo Escondido – já que o sucesso da intervenção está sempre previamente assegurado (seja ela um êxito ou um fracasso) sendo apenas exigida a confirmação da existência de mortos – mas na confusão perigosa e generalizada que esta recolha de metadata poderá causar, confundindo amigos com inimigos e metendo-os todos no mesmo saco, apenas porque o impulso electrónico dominante aponta para o mesmo lado: e se a metadata é tão importante para se saber quem se há-de matar, também poderá fazer o mesmo a quem é inocente, pois uma máquina jamais poderá substituir um humano nem terá a noção deste, dos limites do que está a fazer e dos valores a preservar. Ainda por cima quando a arma utilizada pelos fanáticos da metadata se resume a um veículo telecomandado de última geração mas na sua essência extremamente primitivo – os drones – dirigido a partir dum esconderijo para cobardes por um indivíduo que no fundo nem sabe bem o que está a fazer, nem ao certo quem irá matar. O próximo pode ser um terrorista, o meu vizinho ou eu: e para tal basta estar ao telefone ou então trazê-lo no bolso.
(imagem/títulos/texto/inglês – RT)