ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Traumatizado, Esgotado e sem Solução, com medo da subsequente Esterilização
Traumatizado (na Vida) e Esgotado (o Algarve), não encontrando solução (ou seja, leitão em Aveiro), seguindo na Senda de Judas e do Diabo. Mas nunca esquecendo a figura lateral, misteriosa de Lázaro. Isso para não falar do milagre do Carpinteiro e da Virgem, 1º caso mundial conhecido de “inseminação artificial”.
Casas típicas da Costa Nova
(p/ além de alguns edifícios de Arte Nova sobrevivendo na cidade)
Nesta Silly Season Covid-19 de Agosto de 2021 e enquanto em Aveiro − e não dizendo coisa com coisa − ouvindo tal como em Albufeira falar português, um pouco de “emigrez para o francês” e ainda, espanhol (não “espanholês”).E tendo mais uma vez o “Emigrante” e o seu regresso às ourivesarias (motivo de inveja sempre presente nos outros, orgulho de qualquer Emigrante).
Como tudo se repete mesmo quando tal não acontece e sabendo-se que em sociedades empedernidas como a nossa nada se mexe (mexendo-se como acontece com um velho, ouvindo-se logo um grito de dor) − contrariando a lei da Vida dado ser fundamental o movimento, dado só o morto aparentemente não se mexer – tal como nenhum mamífero normal não bebe leite em adulto só quando mama (exceto o Homem), teremos sempre que aceitar que se na Natureza um pássaro poderá mudar constantemente de companheiro sem prolemas (afinal é irracional, não reconhecendo o sentimento de controlo e condicionamento social, de culpa ou de pecado), outros não “aceitam tal prorrogativa” morrendo um morrendo o outro.
Barcos Moliceiros nos canais de Aveiro
(p/ além dos deliciosos ovos moles e suas características barricas)
Depois de me informarem que a distância Albufeira-Aveiro anadaria por volta dos 500Km de distância − entre estes dois baluartes turísticos nacionais, um a “ Capital Turística da Margem Sul”, a outra a “Veneza de Portugal” − não deveria ter ficado tão espantado ao verificar que transposta esta barreia espacial, as conversas manteriam o mesmo tempo e direção, como se integrássemos todos, um grande e mesmo aviário: confirmando no fundo a teoria nortenha um dia enunciada pelo guru ou papa do norte, afirmando que (e sendo pelos vistos realidade) “para baixo do rio Douro, sendo todos mouros”. E querendo-se saber a razão invocada para essa limitação fronteiriça ser estabelecida pelo rio Douro − quando muitos mouros (como brancos, pretos, ciganos, chineses, etc.) se vêm espalhados um pouco por todo o país – para mim sendo óbvia dado perto do Douro e para cima dele (e sendo justo tendo que incluir as Beiras) estar ainda a boa comida, a boa bebida e as belas paisagens − assim como a boa gente − pelo menos enquanto os outros (os de topo, os “doutores”, hoje perto dos 10 milhões de portugueses) não espalharem por lá o alcatrão e a civilização, chegando lá com as suas bombas (motorizadas e as outras) e destruindo tudo tal como o fizeram com o “magnifico”, apologista da monocultura e monocórdico (um sinónimo de ser português) Algarve. Se me tivesse virado em vez de para norte o tivesse feito para sudeste (mesmo para esse lado estando a Rússia, a China e agora e pelos vistos, coisas da moda, o Afeganistão) e nem percorridos 150Km, estando então a entrar num outro mundo, mas só com capacidade de aceitação e de adaptação para generalistas (os leigos, conhecendo a sua terra e para além dela, daí emigrando, sendo emigrantes, descobridores, professores) e nunca podendo estar por definição ao alcance dos especialistas (os eruditos, só conhecendo o seu buraco, evoluindo pretensamente protegidos e bem pagos, em posição fetal).
Antiga fábrica de Cerâmica e humor nos desenhos dos moliceiros
(p/ além do Museu de Aveiro do séc. XV, Princesa Santa Joana filha de D. Afonso V)
Se possível nascendo, vivendo e morrendo no mesmo espaço, esquecendo como um drogado o passar inevitável do tempo e sendo religiosos ou não confiando na outra vida: ou tal como na religião acreditando-se ao estar a dar uma esmola, estar como dizem não a dar uma esmola ao pobre, mas a emprestar a Deus, logo, reservando de imediato (à falta de escravos para uma pirâmide) o respetivo camarote no Céu – restando sempre aos outros incluindo o dono da caixa de esmola, um lugar na geral (onde Jesus se senta connosco ao lado do ladrão e da prostituta), no apeadeiro do Purgatório ou mesmo numa das estações de referência, depois do Céu (onde reina o Anjo Bom), o Inferno – território do Diabo Vermelho, cornudo e peludo. E perdido na estrada de Santiago, forçado a ir a pé dada a mota roubada numa das viagem (agora dando currículo) pelas antigas estradas nacionais (agora ressuscitadas/comercializadas), encontrando Marcelo (com um só L), ainda Judas (dos doze o único a ter iniciativa e opinião, daí a sua infindável perseguição) e muitas outras almas extraviadas − tendo diante de si uma infindável palete de cores e de tons, não se limitando ao P/B − não sabendo dizer simplesmente tal como um simplório ou um doutor, sim ou não. Já quando eu andava a estudar e vendo todos a responder não perdendo tempo em pensar, com o meu professor preocupado e vendo-me a ficar para trás a gritar (carinhosamente ao ver-me a ser atropelado pela manada em fúria, seguindo o chefe, de turma) “burro, responde, não percas tempo a pensar”.
No Afeganistão (com os nossos “intelectuais” VIPS, iluminados, brilhantes, nunca fundidos quanto muito “fodidos”, só se lembrando disso no momento preciso e mais lucrativo) continuando-se a matar a raça afegã, uns em nome do Bem, os outros em nome do Mal.
(imagens: melhoresdestinos.com.br)
Autoria e outros dados (tags, etc)
Os Bonecos – A Máquina Preservativa
“O objectivo da utilização – pelo Povo – do Instrumento, pode não estar de acordo com a finalidade atribuída – pelo Estado – ao Aparelho”
O pénis do António – um grande ícone – com a presença dos incontroláveis mirones
(poderia ser a vagina da Maria)
Século XX
Um dia o António decidiu que estava na altura de pôr o seu instrumento a funcionar. Á sua volta o caos estava instalado e no meio da crise política e social que o rodeava e asfixiava, os seus amigos não sabiam como o pôr a funcionar. Então decidiram apoiar a iniciativa cultural do Governo e colaborar na constituição de sociedades parasitárias envolvendo sexo e perspectivas futuras de dinheiro. Aí entro eu o imbecil e a minha não participação interventiva na acção sexual revolucionária, de fornicar indiscriminadamente tudo o que aparecesse à minha frente. Mesmo com mais de 50 anos de idade – e como homem (se fosse mulher seria idêntico) – ainda me sinto traumatizado pelos encornadores oficiais de mulheres, que encostados (como sempre o fizeram) numa esquina ou à espera no aeroporto, garantiram mais uma reforma à custa de uma miragem de viagra social – fossem elas de leste ou sul-americanas. Ou será que a elite não conhece os seus súbditos, instrumentais ou sexuais?
Eu fiz parte – infelizmente temporariamente – desta elite portuguesa (muito “menos pior” do que a actual, que só herdou e não produziu); mas os meus maiores inimigos – mesmo que passivos – estão entre o meu grupo restrito e de confiança familiar, ou então entre aqueles que mais defendem os iluminados paridos com substância e que no entanto mais os violam psíquica e fisicamente – mas que estes aceitam com cerimónias de glória e de consagração apenas porque são pagos num bordel, onde o que se vende não se limita ao corpo mas até ao mais profundo e controverso elemento da nossa alma – o que nos resta a mente!
Os filhos do António – um mero objecto – já sem a presença dos incontroláveis mirones
(poderiam ser os filhos da Maria)
Século XXI
Um dia o António verificou que o seu instrumento não saía da sua posição de repouso.
Antropólogos portugueses do século XXI – os filhos cromossomáticos – especializados na análise de documentos originários em fontes fidedignas do século XX – os pais cromossomáticos – acabaram recentemente por divulgar os resultados de um estudo inicialmente dirigido à analise comparativa entre o tratamento privado e o tratamento público, oferecido aos reformados institucionalizados com a bênção do Estado (ou com o beneplácito das famílias) – desde que integralmente pagos (contabilisticamente ou em saco azul) e declarados (em fonte de IRC/IRS).
Acabaram por se deparar – após um longo (com crédito para os analistas) e penoso (com débito para os analisados) período de análise – perante um cenário no mínimo macabro.
E se por um lado – e numa perspectiva normal – o espectáculo poderia fazer parte de um qualquer filme de zombies ou de terror, por outro lado – que eu consideraria anormal – seria sempre um verdadeiro sucesso a nível económico.
Nas unidades públicas os velhos morriam às centenas, enquanto que nas unidades privadas morriam aos milhares. As primeiras – públicas – eram fechadas e os velhos “fugiam” para outras; as segundas – as privadas – eram multadas mas os velhos já estavam “mortos” (para darem lugar a outros potenciais mortos).
Velhos | Unidades | U.C. |
1 Velho no Público | 1 Unidade Leiga/Não Especializada de Emprego | 0-1 |
1 Velho no Privado | N Unidades Eruditas/Especializadas a Nível Administrativo | 1-100 |
Fonte – Sábios Oficiais Independentes
(U.C. – Unidades de Custo)
Mas um dia os Bonecos revoltaram-se. Enforcaram-se em todas as árvores que encontraram à sua volta, mostrando com o seu acto insano – e aos seus criadores – o que o mundo e a natureza ainda lhes poderiam reservar. Os objectos que eles reflectiam seriam então absorvidos, transformando-os em vampiros e impedindo-os para sempre, da companhia da sua narcísica imagem. Uma grande tragédia!
(imagem – google.com)