ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Estado Dourado da Califórnia a Arder
California is living America’s dystopian future
(theconversation.com)
The Golden State is on fire, which means that an idea of American utopia is on fire, too. (theconversation.com)
The Maria Fire billows above Santa Paula
California on Oct. 31
“Utopias are the good places of our imagination, while dystopias are the places where everything goes terribly wrong, where evil triumphs and nature destroys her own. Frequently utopias and dystopias are the same place, because perfection may not be possible without someone suffering.” (theconversation.com)
[Artigo: The Conversation− “California is living America’s dystopian future” − (theconversation.com/california-is-living-americas-dystopian-future-126014)]
Ronald Reagan Library during the Easy Fire, Wednesday
Oct. 30, 2019, in Simi Valley, California
[Um texto interessante … Falando-se da Califórnia e do seu estado “Dourado”, das interpretações particulares (envolvendo “distopias e utopias”) da escritora Ursula LeGuin (e até do realizador Roman Polanski, com o seu filme Chinatown), de outros novelistas “vendo o Golden State” como uma distopia − como o artigo “The Conversation” indica com a Califórnia constantemente a arder e/ou em seca extrema – das Alterações Climáticas (crise, origens, futuro) e até da contribuição da desregulada e caótica Rede Elétrica Norte-Americana, na sua distribuição (de energia por todo o estado) pouco se importando com o Impacto das mesmas na Natureza, infelizmente (e com evidente contribuição do Homem) contando para o efeito final previsível e catastrófico − os violentos “Incêndios Florestais” –
Silicon Valley giants have made life so hard for locals
that residents regularly protest … including from … terrible traffic
Com o completo desinteresse das autoridades, não só em apurar responsabilidades por parte das Empresas (do sector), como as vindas da sua parte (por incompetência ou oportunismo). E faltando ainda da “Ecologia do Medo” tão em voga no presente nos EUA (e por contágio do “Rei para os seus vassalos e descendo até à plebe”, pelo Resto do Mundo) − com ícones eternos como Al Gore (oriundos da Elite) ou temporários como Greta Thunberg (oriunda do “fundo comum, o povo”) – do LSD (e da sua colaboração na construção do “Cenário Dourado”) e até da evolução (com “o Céu caindo-lhes em cima”) do seu Ranking de Felicidade e mesmo (como não poderia deixar de ser) de Trump. Numa luta entre distopia e utopia, ganhando sempre a primeira para muitos, extremamente lucrativa.]
(legendas/imagens: Noah Berger, Christian Monterossa e Richard Jacobsen/AP em theconversation.com)
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A Vida
O que é afinal a vida? Um vampiro diria que é a morte, mas como até hoje eu ainda não vi um único que seja, não pretendo oferecer-me como cobaia de um qualquer adivinho, aqui caído de pára-quedas.
A vida talvez seja um caminho que temos que percorrer como obrigação a cumprir por estamos vivos, mas não deixa de ser caricato que a única recompensa que nos oferecem no fim do percurso, seja impreterivelmente a da morte.
No entanto toda esta retórica é improdutiva e insignificante face à frieza da presença constante do nada no nosso quotidiano, impedindo-nos de estendermos o nosso pensamento para lá da barreira de um tempo que apesar de abstracto, reflecte a ilusão ou utopia de um espaço inatingível.
O relógio é a negação do tempo – porque o primeiro existe e o segundo não – e o suicídio do espaço – porque o primeiro está parado apesar de parte se movimentar, enquanto o segundo está em movimento apesar de parte estar parada.
O espaço não tem um limite perceptível de ocupação, até porque se tal sucedesse, isso teria como consequência a possibilidade da existência de um outro espaço vizinho, mesmo que vazio. A nossa capacidade de utilização do cérebro na análise destas questões pode não ser uma limitação à compreensão do Universo a que pertencemos – achem ou não que o nosso cérebro está bem ou mal aproveitado – mas não deixa de ser estranho que até hoje ainda não tenhamos compreendido a um nível global de tudo o que existe, alguns pontos intrigantes como: o que é que nos acontece após a nossa morte física já que nem temos memórias próprias do período anterior à nossa concepção, nem sequer apresentamos uma justificação válida para pensarmos na necessidade de tal ocorrer, só a validando em desespero de causa, porque somos nós os envolvidos; e como compreender correctamente a noção e conjugação de vida e de mundo de um ponto de vista individual, se ao morrermos deixamos de existir, num mundo que ainda existe, mas que para uma das partes por mais insignificante que seja, não tem nenhuma lógica de existir; e não terá o limite da nossa caixa craniana, protectora do nosso cérebro e das nossas capacidades de pensamento, um significado que nós inconscientemente não queremos reconhecer, não nos querendo confundir com os outros animais irracionais, sem pretensões morais e emocionais ou então recusando optar pela última e brutal evidência – o limite do nosso cérebro reflecte a construção de um mecanismo ao qual foi atribuída uma função apenas temporária, ligado pontualmente à evolução de um universo ilimitado e eterno, que não nos reconhece com o recurso à utilização de ferramentas éticas e morais para ele inexistentes.
Num mundo paralelo qual seria o objectivo de Deus?