ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Espaço ─ Observação e Poluição
Um destes dias aproveitando o céu limpo e sem luar para testar o meu novo telescópio, ao apontá-lo aleatoriamente para o céu em busca de coordenadas (por inexperiente) sendo de imediato surpreendido por um conjunto de luzes brilhantes, coloridas e cintilantes, mesmo muito estranhas. E focando melhor a imagem com este instrumento ótico (podendo-o fazer ao pormenor), caindo rápido de espanto ao ver o que diante de mim se me apresentava: num placard publicitário e ao lado de Starman, a imagem de Elon Musk convidando-nos para Marte.
Rasto natural das estrelas
Demonstrando a partir de pequenos sinais (menores, pela distância) não estarem minimamente interessados com o futuro de 8 biliões de pessoas (o nº para o qual caminhamos, hoje), depois de maltratarem a terra, depois de saquearem o mar, depois de envenenarem o ar e depois de poluírem com uma segunda camada tudo isto (c/ pesticidas, plásticos, aerossóis, etc.), não havendo de momento mais nada por cá com elevado potencial para explorar e produzir (daí se obtendo a mais-valia) e estando o mercado interno meio-fechado (todo o nosso Ecossistema terrestre) devido ao, entre outros fatores, aparecimento da Pandemia Covid-19, mantendo-se o ritmo intensivo de algumas corporações aeroespaciais privadas no lançamento de novos satélites, colocando-os a todos (com diferentes missões e a maior ou menor distância) em órbita da Terra: e assim depois de contaminar todo o ecossistema terrestre, virando-se para a sua fronteira exterior ─ o Espaço que rodeia a Terra (dos 400Km da ISS, aos 35.000Km ou mais dos satélites de órbita alta) ─ e conseguindo vislumbrar aí a seguinte e grande oportunidade de negócio, enviando para lá um nº desmedido e crescente de satélites, preenchendo os céus, cumprindo a sua missão, sendo descontinuados e por lá continuando por tempo indeterminado, “poluindo sem controlo, sem limite e sem castigo”, como já o tinham feito por cá (com sucesso para eles, não tanto para nós).
Rasto de satélites artificiais
Uma noite olhando-se pelo telescópio ou mesmo a olho nu, podendo-se por momentos pensar estar-se a ver o Pai Natal no seu famoso trenó comandado pela rena Rodolfo, mas nem sequer se estando na quadra festiva respetiva, tendo tal episódio que ter outra explicação (lógica, credível) e tendo-a, sendo tão simples a previsão das consequências com tão intenso impacto, já que da “poluição visual” (ao olhar para o céu noturno vendo o “comboio-iluminado” passar) muito rapidamente se podendo passar ao impacto e à “poluição total”: com uma lixeira de sucata (esta sendo dinâmica) em movimento e circulando em torno da Terra, interpondo-se indevidamente entre Nós e as Estrelas. Segundo a SSN (uma rede de vigilância norte-americana controlando os satélites e outros objetos/fragmentos no presente em órbita do nosso planeta) com o nº de objetos orbitando a Terra (feitos pelo homem e com mais de 10cm) e até agora detetados (1957/2021) tendo ultrapassado os 24.500 (num período de mais de 60 anos), desses alguns deles tendo-se desintegrado/entrado na atmosfera, mas com ainda uns 8.000 andando por lá meio-perdidos (mas ainda em órbita) e apenas uns 3.500 totalmente operacionais. Agora imaginem as diversas corporações (como por ex. a Amazon e a OneWeb) a imitarem a “SpaceX's Starlink” e a colocarem à volta da Terra, mais milhares e milhares de satélites: só a SpaceX com os seus satélites Starlink já tendo 1200 no ativo e 42.000 previstos! Poluição e desastre total (o que já esteve quase a acontecer) ─ ainda há uns dias atrás e assistindo-se ao vivo à transmissão da SpaceX, com um bocado de sucata-espacial por pouco não atingindo a cápsula espacial Dragon, com 4 astronautas a bordo e com destino à ISS.
(imagens: Shutterstock e Andreas Möller em livescience.com)