ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
A Proeza da Máquina Voyager 2
Depois da “Era dos Navegadores”
e das suas “Naus & Caravelas”
(século XV a XVII)
sucedendo-se − “dispensado o Homem” −
“não a Era dos Astronautas”
mas a das “Sondas Automáticas”
(como “a esperança é a última coisa a morrer”
esperemos que só parte do século XXI)
A passagem das sondas automáticas Voyager 1 e 2
pela fronteira virtual do Sistema Solar
a caminho do Espaço Interestelar
Its official! |
Voyager 2 has passed into interstellar space. |
(Kerry Hebden/04.11.2019/room.eu.com) |
Na esmagadora das vezes não indo – o HOMEM (e por cá) − a lado nenhum, absorvidos como estamos em replicar e sobreviver − seja aqui, seja na selva – não tendo tempo para socializar, nem sequer para (pensar em) foder (com o nº de velhos a crescer e o nº de jovens a diminuir),
Com o “Acaso e a Necessidade”, que esta sociedade (por vezes) nos proporciona (em momentos de delírio e deriva), podendo-se ainda recorrer a um outro protagonista – as MÁQUINAS − para nos levar a algum lado (aqui como acolá).
E se na Terra de espaço limitado (o “Ponto Azul”, o Ecossistema Terrestre) o SER VIVO nada alcança, no Espaço dito infinito (Sistema Solar, Universo) o SER MECÂNICO parece não ter fronteiras – como será caso da VOYAGER 2 tal como antes a VOYAGER 1 estando já em Espaço INTERESTELAR.
Mais uma vez com as MÁQUINAS indo muito mais além do que “nós”, para territórios nunca (antes e talvez depois) descobertos e alcançados pelo HOMEM:
Num século (XXI) em que em vez de enviarmos naves espaciais “tripuladas” para o Espaço − em busca de outros mundos e tal como os nossos antepassados NAVEGADORES – lançamos na mesma direção montes de sondas automáticas (sem Alma e telecomandadas) como se no passado no mar enviássemos (p/ a senda das Descobertas) apenas as Naus e Caravelas (sem os respetivos marinheiros).
Depois da sonda automática Voyager 1 ter abandonado (ultrapassando a sua fronteira virtual) o Sistema Solar – indicando na distância ao Sol 121,6 UA (agora nas 147 UA) − entrando no Espaço Interestelar (no ano de 2012), agora com o mesmo feito a ser atribuído à sonda Voyager 2 cumprindo essa passagem (fronteiriça) em Novembro de 2018 (seis anos depois da V1) a 119 UA (agora a 122 UA).
E entre outras informações retiradas desta longa viagem iniciada em 1977 (há 42 anos) e já com a sonda automática Voyager 1 em falta (de comunicações não de movimentação, pelo menos enquanto houver energia), confirmando-se o que já se suspeitava com o afastamento progressivo do Sol e o abandono do Sistema Solar (à medida que a sonda ia avançando pelo Espaço) − perda da influência do SOL – com os índices de intensidade dos Raios Solares a diminuírem (rápida e drasticamente) e com os dos Raios Cósmicos a aumentarem (substituindo na sua influência e até à sua totalidade os primeiros) na mesma proporção.
Seja nave tripulada ou sonda automática e olhando para exemplos como o da Exploração da Lua (suspensa já lá vai quase meio século), prevendo-se para uma nova Expedição (semelhante às das Voyager) no mínimo mais 1 a 2 gerações: e nem no próximo século (XXII, continuando-se com o mesmo tipo de raciocinio e de intervenção) passando-se à tão desejada etapa das Viagens Interestelares.
(imagem: Krimigis et al, 2019/room.eu.com)
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Encontro com Tritão
O objeto MAIS FRIO do Sistema Solar talvez oriundo dos lados do Cinturão de KUIPER e um dia capturado por um objeto maior o planeta NEPTUNO. Apesar disso geologicamente ativo evidenciando erupções (fenómenos como geysers) e contendo nuvens ténues/atmosfera (uma mistura de nitrogénio e poeiras). Em muita da sua paisagem apresentando a sua superfície com fendas e sulcos como que se tivesse sido retalhada (talvez uma evidência das feridas da sua juventude).
No cumprimento da sua missão iniciada a 20 de Agosto de 1977 na já mítica Estação da Força Aérea Norte-Americana de CABO CANAVERAL e tendo como destino as fronteiras longínquas e desconhecidas do SISTEMA SOLAR (e a sua ultrapassagem), a sonda automática VOYAGER 2 atingiu no Verão de 1989 (25 de Agosto) o último planeta deste sistema planetário no qual se inclui a Terra (tendo como ponto central de referência o Sol): o oitavo planeta NEPTUNO.
Um planeta integrando o conjunto dos Gigantes Gasosos (Júpiter, Saturno, Úrano e NEPTUNO), localizado a mais de 30 UA de distância do SOL (4500 milhões de Km), com um diâmetro quase 4 X Terra (e uma massa mais de 17 X Terra), demorando quase 165 anos a completar uma órbita em torno do Sol e registando (no seu ecossistema) temperaturas inferiores a 200⁰C negativos. Contando pelo menos com catorze luas sendo TRITÃO a maior delas.
Com a sonda VOYAGER 2 aquando da ultrapassagem de Neptuno a prestar particular atenção a este satélite natural do planeta (TRITÃO), conhecido como a sétima maior lua em diâmetro do Sistema Solar (d = 2700Km – o da nossa Lua é de 3474Km), por ter a particularidade (única entre luas) de possuir uma órbita movimentando-se no sentido oposto ao do planeta e ainda por ser JOVEM e geologicamente ATIVO: podendo até ter gelo (de ÁGUA) à superfície ou um OCEANO subterrâneo (semelhante ao que se pensa existir na lua de Júpiter EUROPA).
Uma lua de NEPTUNO que pela sua dimensão e características físicas se assemelha muito ao nosso conhecido planeta-anão PLUTÃO (antes considerado o último planeta do Sistema Solar) e que pela particularidade da sua órbita (retrógrada) ainda mais nos sugere até pela sua proximidade com essa região do espaço poder ser um corpo celeste com origem no Cinturão de KUIPER. Por tudo o referido antes tornando esta lua distante como um ALVO bastante RELEVANTE mas infelizmente muito distante (para nós e para já).
O pai Carvalho Rodrigues e o seu filho
PoSAT-1
Custo de Construção: 5.000.000 Euros
Utilização Cientifica: Estudo dos Ventos Solares e das Cinturas de Radiação Terrestre
Aproveitando a ocasião para recordar (pois Portugal pertence à Terra) o engenheiro eletrotécnico natural de uma pequena freguesia perdida no meio da Beira-Alta (Casal de Cinza), que um dia olhou para o Céu e se tornou no pai-da-ideia do primeiro veículo português a circular no Espaço: falamos de Fernando Carvalho Rodrigues e do seu PoSAT-1.
O primeiro satélite de fabrico português (aliado a um grupo de entidades/empresas como a EFACEC, o INETI, a MARCONI, a OGMA e a UBI entre outros), lançado na direção do Cosmos em 26 de Setembro de 1993 e estacionando em órbita da Terra a mais de 800Km da sua superfície: desde essa data (apesar de deixar de comunicar em 2008) orbitando o planeta em 110 minutos a uma velocidade superior a 7Km/s (prevendo-se o seu fim aquando da reentrada na atmosfera terrestre – lá para 2043).
(imagens: TRITÃO – PIA 18668/PIA 18669/nasa.gov e PoSAT-1 – skyrocket.de/aeiou.pt)