ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Nas Horas Más é que se Conhecem os Amigos
O sucessor de Zeinal Bava na presidência da PT ainda não se esqueceu de quem o propôs para o cargo:
Zeinal Bava
“Hoje é com conhecimento de causa que afirmo que Zeinal Bava nos deixa um importante e valioso legado”
(Armando Almeida – Presidente Executivo da PT)
Só que é um bocado exagerado nos elogios dirigidos ao amigo: e como prova disso basta olhar para o que é hoje a PT (como o quadro abaixo demonstra com as acções a terem em bolsa – apenas em seis anos – uma “pequena” desvalorização de 80%).
Data | Cotação (máxima) | Observações |
28.03.2008 | 7.5750 | Tomada de posse de ZB (Presidente da PT) |
28.04.2008 | 7.7100 | ... |
05.08.2014 | 1.6250 | ... |
06.08.2014 | 1.5160 | ZB abandona a PT |
08.10.2014 | 1.6960 | Dia da renúncia de ZB (Presidente da Oi) |
09.10.2014 | 1.6470 | ... |
Entretanto soube-se hoje que ZB receberá da Oi pela sua renúncia (seja a que título for) a módica quantia de 5,4 milhões de euros, o equivalente ao ordenado mensal de 150.000 euros durante três anos! Boa!
Quanto aos outros e como consequência deste “evento ao nível da extinção” não param de cair: só a PT viu desaparecer em bolsa em apenas dois dias 120 milhões de euros.
Assim e em modo reset de conclusão o Sonho Extraordinário do Mago em Números ZB transformou-se em mais um Previsível Grande Pesadelo para Portugal.
(mas o Erro Fatal e Privado de Zeinal Bava no seu extraordinário percurso profissional foi acreditar que o regresso a casa do Filho Pródigo “sem usar preservativo” seria a Chave da sua Fortuna – financeira mas sobretudo pessoal: não quis perceber que no mundo existem muitos outros como ele “que também acreditam” e muitos outros mais como nós “que também pensamos nisso”)
(imagem – Web)
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E as Expectativas Esfumaram-se (no Brasil e em Portugal) – A Queda de um Mito
António José Seguro renunciou hoje à AR
E ZEINAL BAVA À OI
(um Ex-Jovem de Elevado Potencial)
Zeinal Bava
Atingindo o ponto mais alto da sua carreira (em Portugal) aos 42 anos de idade – eleito Presidente da então todo-poderosa PT após quase uma década a trabalhar como quadro dessa mesma empresa – Zeinal Bava criou durante o período da sua presidência da PT uma rede de interesses particulares e empresariais (que funcionou como uma verdadeira Muralha de Aço, misturando estrategicamente o sector público com o sector privado), alicerçada basicamente na sua política generosa para com o mercado de capitais pagando-lhes bons dividendos (e ignorando em contrapartida quem verdadeiramente a suportava os seus clientes)
Como consequência foi idolatrado, transformado num Mago, passando agora ao estatuto de Mito: como quem diz “filho pródigo a casa volta”.
O Brasil acabou por não lhe trazer a felicidade suprema desejada, já que o estouro do BES o apanhou como vítima colateral do colapso financeiro desse banco, já ele estava do outro lado do Atlântico a trabalhar para o seu futuro patrão a Oi (na fusão PT/Oi).
Abandonado pelos seus fiéis accionistas face ao calote do BES à PT – o que acabou por prejudicar as negociações relativas à fusão PT/Oi – Zeinal Bava não teve assim outro remédio senão demitir-se do seu cargo (ou renunciar, como queiram).
Nascido em Moçambique, estudante universitário em Londres e presidente da PT em Portugal, nunca Zeinal Bava esperou que a sua experiência profissional no interior dessa grande potência emergente como o é o Brasil, fosse de tal forma meteórica (como extremamente negativa).
“A Oi S.A. vem informar aos seus accionistas e ao mercado em geral que o Sr. Zeinal Bava renunciou nesta data (7 de Outubro de 2014) ao cargo de Director Presidente da Companhia.” (resumo do comunicado da empresa brasileira de telecomunicações Oi).
Hoje Zeinal Bava concretizou (pessoalmente) a sentença.
(dados: Expresso – imagem: Web)
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Currículos
“O homem que de tanto pensar transformou um cavalo num burro”
Zeinal Bava
Competente, inteligente, metódico, organizado, mas também maquiavélico e dono de uma enorme ambição, é um dos administradores mais acessíveis e afáveis no trato dentro da PT, onde ocupa, desde 2006, o cargo de vice-presidente. Pratica a cultura do mérito e segue uma lógica anglo-saxónica, que lhe ficou dos tempos em que estudou na University College of London, onde se formou em Engenharia Electrónica. Mas tem fama de ser implacável com quem falha ou com quem não fez o trabalho de casa antes de uma reunião importante. Diz-se que é muito duro no trato - mesmo intratável.
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Protege os seus mas coloca-lhes a fasquia cada vez mais alta. Resta conhecer o estilo com que vai afirmar-se na PT, se pelo terror ou se pela simpatia duas qualidades que parece saber utilizar como poucos.
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Zeinal Bava chegou à PT em 1999, pela mão de Eduardo Martins, um dos históricos que, em 2001, saiu da empresa de candeias às avessas com o antigo protegido.
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Zeinal Abedin Mohamed Bava nasceu em Lourenço Marques, actual Maputo, Moçambique, onde viveu no seio de uma família de comerciantes até ao início da adolescência. Após o 25 de Abril, faz uma curta passagem por Lisboa mas, cedo, aos 14 anos, foi estudar para Inglaterra. Hesitou entre Medicina e Engenharia, mas acabou por seguir a segunda vocação, completando, posteriormente, a sua formação com um curso de Gestão na Universidade Nova de Lisboa.
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Sem ter nascido em berço de oiro, soube penetrar, com relativa facilidade, no círculo restrito de apelidos de onde sai parte dos gestores da PT. Os históricos apontam-lhe o defeito de só confiar nos novos, sem procurar equilíbrios. Rodeia-se de quadros muito jovens e muito fiéis, especialmente na área financeira. Trata-se de uma espécie de guarda pretoriana formada por "jovens turcos", como são conhecidos na empresa
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Mas o ódio de estimação estava reservado para Carlos Vasconcellos Cruz, ex-presidente da PT Comunicações com ambições de liderança que se revelaram fatais. Também não lhe souberam resistir Iriarte Esteves (ex-presidente da TMN), Graça Bau (ex-presidente da TV Cabo) e António Soares (ex-vice-presidente da TMN), gestores que ficaram conhecidos como o "grupo da Adega da Tia Matilde", onde se juntavam, frequentemente, para almoçar. Sem apoio dos accionistas, este grupo de gestores acabou por sair, aproveitando o último ano do decreto que lhes permitiu levar para casa uma reforma dourada e deixando o caminho livre a Zeinal Bava, nas três maiores participadas do grupo em Portugal.
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Zeinal Bava chegou à PT sem ligações políticas, mas também neste ponto soube construir uma teia que lhe granjeou apoios no Governo e na oposição. Deu emprego aos filhos de António Guterres, Teixeira dos Santos, Marcelo Rebelo de Sousa e Esteves de Carvalho. O filho de Jorge Sampaio também esteve no grupo, na área internacional.
Revista Visão