ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Testemunhas Ocasionais – Mas Sem Seguro de Vida (1)
Ficheiros Secretos – Albufeira XXI
(Mecanismos Cognitivos Terrestres na Construção de Situações Equívocas)
Projecção Experimental em Meio Indígena
“A verdade anda por aí mas não é para todos – especialmente se formos susceptíveis à acção de uma bala”
Raio X das testemunhas para sua protecção e privacidade
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Fontes que não querem ser identificadas instaladas numa determinada região da Ásia Central acabam de afirmar terem testemunhos credíveis da passagem do desaparecido Boeing 777 das Linhas Aéreas da Malásia sobre o seu território, dirigindo-se em direcção a zonas situadas a noroeste. O avião estaria a ser acompanhado por uma outra aeronave muito semelhante, que segundo uma das testemunhas visuais especialista em aeronáutica poderia muito bem ser um aparelho militar, muito provavelmente – por um aspecto particular e típico da aeronave – equipado dum sistema aéreo de alerta e controlo conhecido como AWACS. A outra testemunha adulta – as restantes duas são menores – também ligada ao sector da aeronáutica mais precisamente ao sector dos aeroportos e do controlo de tráfego aéreo, acrescentou ainda ter dados não confirmados de que os dois aviões se dirigiriam para um aeroporto pretensamente inactivo situado a algumas centenas de quilómetros do local do avistamento, mas pertencente no entanto ao mesmo país. Questionadas se por acaso se estariam a referir ao Afeganistão os interlocutores sorriram por momentos, devolvendo de imediato a pergunta e propondo que a colocassem aos norte-americanos: que soubessem e segundo testemunho colateral e sem significado efectuado por parte das duas crianças que acompanhavam os dois adultos, os ares de muitos países da zona estariam cheios mas de pequenos aviões telecomandados, especializados em espionagem mas sobretudo na eliminação de adversários políticos e religiosos. Segundo dados não confirmados as testemunhas pertenceriam todas à mesma família – pais e dois filhos – estando todos por coincidência incontactáveis desde essa altura. As mesmas fontes levantam a hipótese de estes quatro elementos terem sido entretanto eliminados, ao serem localizados por alguma organização que considerasse o seu testemunho e presença indesejáveis: por essa altura notou-se um maior número de avistamentos em toda a região envolvida por parte da população em geral de objectos voadores não identificados, a que em geral os populares chamavam de DRONES.
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Na pista do aeródromo os preparativos aceleravam-se com o aproximar da hora prevista para a chegada do Boeing 777 vindo da Malásia. Toda a estrutura provisória fora montada num curto espaço de tempo e o esconderijo para a recolha do avião já estava preparado: quanto aos passageiros o processo já estava em curso conforme planeado e o grupo por eles responsável aguardava tranquilamente nos seus camiões de transporte a chegada dos passageiros e tripulação. Perdidos no meio da planície árida e desértica desta região da Ásia Central, os militares aí presentes e responsáveis por esta operação secreta multi-assumida e partilhada, tinham a certeza absoluta de que não seriam importunados pelo menos no intervalo de tempo para tal disponibilizado: o que não impedia o nervosismo demonstrado pelo oficial de ligação às autoridades do Governo do território, que tinham acedido em troca duma avultada quantia ao pedido das entidades internacionais envolvidas no processo. Se por um lado os Chineses ainda se mantinham (estranhamente) na expectativa a ver o que ia acontecendo apesar do número dos seus cidadãos envolvidos neste incidente e a Rússia se mantinha aparentemente ocupada com a crise na Crimeia apesar do ainda reduzido acréscimo do seu envolvimento militar na Ucrânia, em contrapartida os EUA face aos constantes ataques a que estava a ser sujeito mesmo no seu próprio país com diversos sectores da comunicação social acusando as suas autoridades de estarem directa ou indirectamente envolvidas em tudo o que estava a suceder no sul da Ásia começavam a perder a paciência, ameaçando tomar em mãos toda a investigação fossem quais fossem as consequências. E com o Irão ali tão perto e as memórias do Iraque ainda tão frescas, o ambiente tornava-se cada vez mais propício ao rebentar de outro conflito artificial, intencional e meramente oportunista. Os sequestradores teriam que ser rápidos e invisíveis e os dirigentes das grandes corporações responsáveis sabiam disso melhor do que ninguém: no fundo eram eles os verdadeiros detentores do mundo, os políticos os seus fantoches e o povo a base da sua mercadoria, mais-valia e facturação – uns verdadeiros objectos.
Direcção tomada: Ásia Central
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O Boeing 777 encontrava-se já em fase de aproximação ao aeroporto da nova base militar de Manas – situada no Quirguistão – considerada estrategicamente uma porta fundamental de entrada para o seu vizinho Afeganistão. Na base o movimento era já bastante intenso com todos os sistemas de segurança activos e em alerta máximo. Todo o pessoal associado à recepção do voo proveniente da Malásia se encontrava já preparado para a execução da sua função, aguardando apenas a aterragem e a colocação do aparelho na zona destinada para a sua intervenção: teriam que ser precisos e rápidos na sua concretização, já que o Boeing teria que recolher no mais curto espaço de tempo ao abrigo subterrâneo para posteriores verificações e manutenção. Além de que teriam que evitar exposições desnecessárias às observações intrusivas vindas do exterior, realizadas naquela zona por satélites espiões de potências adversárias e que os observavam periodicamente em intervalos de tempo conhecidos. Seis horas passadas sobre o último contacto estabelecido entre os pilotos do voo das Linhas Aéreas da Malásia e as estações de controlo civis que o acompanhavam, o avião aterrava numa base secreta estrangeira em pleno interior da Ásia Central: imobilizado o avião na plataforma assinalada com um X e situada numa das extremidades duma das pistas laterais do aeroporto iniciou-se a intervenção que durou precisamente trinta minutos. Imediatamente a plataforma onde se encontrava o aparelho começou a mover-se, com a aeronave a afundar-se no solo e a desaparecer no seu interior: em poucos segundos a actividade à superfície tinha voltado à normalidade faltando ainda alguns minutos para a passagem do primeiro satélite espião. A absoluta confidencialidade da operação tinha sido mantida como o confirmavam os relatórios provenientes dos AWACS e a cobertura electrónica de segurança em nível máximo aplicada na sua execução e que as primeiras informações de retorno indicavam ter sido absoluta e sem conhecimento de tentativas de interferências internas ou externas. Todos os passageiros e restante tripulação tinham sido entretanto recolhidos, com excepção de dois indivíduos que tinham logo no início e após a imobilização do avião abandonado o mesmo vindos do cockpit e que foram escoltados por um grupo de militares fortemente armados até um edifício central situado ao lado da torre de controlo. O interior do avião seria controlado numa fase posterior já resguardado de possíveis olhares vindos do exterior.
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A sul navios da esquadra norte-americana no Índico intensificavam as buscas em torno do desaparecimento do voo MH 370, convencidos de que o Boeing da Malásia teria sido desviado da sua rota inicial em direcção a Pequim invertendo a sua direcção e dirigindo-se para o interior do seu oceano, onde se teria despenhado e desaparecido no mar. As causas poderiam estar ou não associadas a um possível sequestro do avião e a uma despressurização inesperada no interior do mesmo, que teria como consequência levado todos os ocupantes do avião a ficarem em poucos segundos inconscientes, ficando o aparelho a voar provavelmente em velocidade de cruzeiro e em piloto automático até o combustível se esgotar, acabando finalmente o avião por entrar em queda livre, cair no mar e desaparecer sob a superfície das águas (profundas) do oceano Índico. Acção da marinha de guerra norte-americana que até não era incompreensível face ao que se passava na sua base situada mais a norte em plena Ásia Central, conhecendo-se a colaboração estreita apesar de muitas vezes conflituosa, contraditória e diametralmente oposta, entre os interesses e os objectivos das autoridades militares oficiais norte-americanas (estatais e privadas) e o das companhias privadas com interesses económicos, financeiros e comerciais vitais nesta região do globo em acelerado desenvolvimento e expansão, suportadas por exércitos paralelos e aparentemente confluentes com os interesses do Estado norte-americano, mas actuando independentemente e sem controlo de ninguém e muitas das vezes substituindo duma forma declarada e prepotente os primeiros. Já tinha decorrido mais do que uma semana sobre o incidente e nada se tinha modificado desde que o alarme fora lançado: mas mais cedo ou mais tarde tudo teria que ser esclarecido – alguma coisa teria que emergir deste episódio invulgar e o mais certo nestes casos é que seriam cadáveres ou destroços. Só não se sabia quando.
Corredores de fuga – Norte e Sul
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As primeiras notícias chegavam da parte ocidental do continente australiano. Pescadores locais actuando nessa zona do oceano Índico afirmavam terem visto sobre a superfície do mar onde tradicionalmente pescavam, alguns destroços que segundo os mesmos poderiam muito bem pertencer ao desaparecido avião malaio. Na altura não tendo ainda muito conhecimento dos factos ocorridos com a aeronave nem tendo presenciado nada de invulgar na zona por eles frequentada, tinham continuado normalmente a sua labuta pesqueira. Até que ao fim do seu dia de pesca e tomando mais atenção às notícias vindas pela onda curta, tinham escutado as rádios australianas informando as autoridades do governo da Malásia que também a Austrália se juntava ao esforço dos países da região, para tentarem descobrir o paradeiro do desaparecido Boeing 707. Um pouco renitentes ainda reflectiram se deveriam ou não contactar as suas autoridades, até porque não tinham vislumbrado nenhum sinal de presença de corpos flutuando sobre as águas do oceano Índico e poderiam estar mesmo a prejudicar a operação de salvamento. Foram apenas dois pequenos pormenores um pouco laterais que levaram o chefe da embarcação a fazê-lo: a pressão da mulher – uma nativa australiana mas com ascendentes e traços fisionómicos que a ligavam à China e ainda com familiares vivendo na zona de Xangai – e a recordação do que dissera o homem do farol, o qual afirmara que um dos seus filhos habitando mais a norte ouvira claramente sons do motores dum avião passando provavelmente não muito longe do local onde se encontrava – e que pelo barulho deveria ser de grandes dimensões – mas que não conseguira ver devido à presença de nuvens no céu. Fornecidas as informações às autoridades competentes que o receberam com toda a cordialidade e confiança, só mais tarde reparou num pequeno detalhe na sua narrativa que entrava em conflito com a cronologia conhecida dos factos. Mas a partir daí nada mais disse sobre o assunto, com vergonha do erro em que caíra e que certamente iria induzir (por culpa sua) outros em erro, prejudicando certamente as buscas que decorriam e o trabalho esforçado de muita gente; mas também por medo do que pudessem descobrir e das suas possíveis consequências, até porque e como confirmara, o facto referido pelo homem do farol ocorrera há um ou dois dias atrás enquanto o voo MH 370 desaparecera há mais de uma semana.
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Mas a realidade mostrou-se efectivamente mais forte do que as suas interrogações e desconfianças: menos de vinte e quatro horas decorridas sobre o seu testemunho a marinha norte-americana já tinha localizado o local dos destroços, situado ao largo do litoral sudoeste da Austrália ainda a umas largas milhas da costa. Pelos primeiros indícios seria mesmo o avião misteriosamente desaparecido há mais de uma semana e pertencente às Linhas Aéreas da Malásia, desaparecido após ter interrompido sem aviso e contra todos os regulamentos aéreos, os seus contactos obrigatórios enquanto se dirigia para a China – invertendo o seu curso e evaporando-se no ar. Praticamente duas semanas após ser dado a conhecer ao mundo o seu desaparecimento misterioso, todas as agências noticiosas falavam da descoberta efectuada pela marinha norte-americana em colaboração estreita com as autoridades australianas, confirmando-se assim a tão repetida e propalada opção maioritária emitida pelos técnicos e especialistas da aviação que apontavam o corredor sul como o seguido pelo até aí desaparecido Boeing 777 malaio: sequestrada ou não a aeronave seguira o caminho da Morte e do suicídio colectivo.
Fim da 1.ª parte de 2
(imagens – Web)