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Treme Aqui (no Mediterrâneo), Treme Acolá (no Pacífico)

Domingo, 24.04.16

“Uma equipa de investigadores do Instituto Superior Técnico desenvolveu o jogo "Treme -Treme", um jogo online destinado a ensinar as crianças, com idades compreendidas entre os 7 e 9 anos, sobre o que fazer em caso de um terramoto.” (Instituto Superior Técnico de Lisboa/29.05.15/tecnico.ulisboa.pt)

 

IntensityMapThumbnails.jpg

Sismo de magnitude 6.3 em Al Hoceima

Região Euro-Mediterrânica em 25 de Janeiro de 2016

 

Toda a gente compreende que estando a Terra integrada num sistema dinâmico e em constante transformação (integrando a litosfera, a hidrosfera e a atmosfera), tudo o que possa acontecer num qualquer ponto do seu conjunto, imediatamente se repercutirá em todas as direções. Como é o caso da litosfera (constituída por crosta, manto e núcleo) e de um dos fenómenos naturais a ela associada (e por nós bem conhecido): os sismos – como sendo o resultado (direto ou indireto) de uma repentina e significativa libertação de energia, causada pelo choque entre duas placas tectónicas deslocando-se na mesma direção mas em sentido contrário.

 

Até em Portugal (como em qualquer parte do mundo) são detetados diariamente vários sismos (em terra como no mar), dependendo muitas vezes os seus efeitos e consequências das coordenadas do mesmo (no caso de ser em terra, com o impacto a poder ser sentido) e do seu epicentro (quanto menor a profundidade pior os efeitos). No caso de sábado (ontem) os registos mais significativos foram os seguintes: no continente um sismo de magnitude 1,6 a SE do Cabo S. Vicente (e outro de magnitude 0,6 a E de Monchique) e nos Açores um sismo de magnitude 2,3 na Fossa de Hirondelle (localizada entre as ilhas de S. Miguel e de Angra do Heroísmo).

 

Nada de significativo se nos lembrarmos do sismo de magnitude 6.3 registado a 25 de Janeiro deste ano 54Km a norte da cidade marroquina de Al Hoceima e que afetou não só a costa mediterrânica de Marrocos (mais intensamente) como também toda a costa sul de Espanha (especialmente desde o Estreito de Gibraltar até à região de Almeria). Um sismo antecedido por outro (no dia 21) de magnitude 5,0 e com epicentro a 84Km da cidade espanhola de Melilla (um enclave marroquino) – em pleno interior do Mar de Alboran – seguido por outros quatro sismos de amplitudes 5,0/5,3/5,2/5,0 e todos praticamente à mesma profundidade (10Km com exceção do penúltimo a 15Km).

 

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Anel de Fogo do Pacífico

Distribuição geográfica dos últimos sismos relevantes

 

Quanto ao resto do mundo e mesmo que o observemos com pouca atenção, logo uma região se destaca (e nos suplanta) a nível sismográfico: pela profusão de sismos e pela magnitude dos mesmos. Com a região do Pacífico conhecida pelo Anel de Fogo e atualmente bastante ativa a ser atingida por violentos e sucessivos sismos ao longo de todo o seu curvilíneo e extenso perímetro, sendo acompanhados por outros fenómenos naturais bastante comuns na zona e muitas vezes associados aos primeiros e tendo como protagonistas os vulcões. Restringindo-nos apenas aos fenómenos sísmicos, com toda esta região a sofrer só nos últimos quinze dias (aproximadamente), a 2 violentos sismos de magnitude igual ou superior a 6.

 

Um em Kyushu no Japão a 10Km de profundidade e magnitude 7,0 (a 5 de Abril) e outro ainda mais violento atingindo o litoral do Equador na região de Muisne a 20Km de profundidade e magnitude 7,8 (a 16 de Abril). Os dois provocando destruição, feridos e dezenas de vítimas mortais. No caso de Kyushu com antecedentes e algumas réplicas próximas (no dia anterior 6,1/5,5/5,0/6,0/5,3 e 5,7/5,7/5,3/5,5/5,1/5,2/5,4 só até ao dia seguinte) e no caso de Muisne com o sismo a apanhar de surpresa a população local (um aviso para o que aí vinha poderia ter sido o sismo verificado no dia anterior no Chile, mais a sul e na mesma costa e com magnitude 5,3) e a ser seguido por diversas réplicas (14 com magnitudes entre 5/6 e com o registado hoje a atingir 5,3).

 

Para já não falar de muitos outros sismos registados na região (só os de magnitude igual ou superior a 6 e registados desde 1 de Abril):

 

DataLocalPM
15Guatemala (offshore)456,2
14Vanuatu206,3
7Vanuatu306,6
6Java876,0
6Vanuatu306,0
6Vanuatu306,7
3Vanuatu446,9
1Nova Guiné (costa)106,1
1Honshu (costa)106,0

 

Deixando-nos por consequência bastante preocupados com o assunto, ainda-por-cima quando alguns cientistas apontam para a possibilidade de ter sido o recente sismo no Japão a despoletar (por uma sequência qualquer) o sismo seguinte no Equador.

 

1755.jpg

Terramoto de 1755 em Lisboa

Ocorrido a 1 de Novembro e sendo seguido por um tsunami

 

O que empiricamente até poderia ser verdade neste caso de interligação sísmica – olhando para todo este Anel de Fogo contornando (pelo seu interior) a costa de três dos continentes da Terra (a oeste da América, a sul da Ásia e a este da Oceânia) e unindo indubitavelmente o Japão ao Equador – como até no que nos diz respeito poder acabar por nos deixar a pensar no que poderá ainda acontecer mais perto de nós (em Portugal), não só devido à possível correlação entre estes movimentos tectónicos e as diversas falhas existentes na crosta terrestre (podendo os movimentos verificados no Anel de Fogo refletir-se em regiões sismologicamente sensíveis como é o caso da falha mediterrânica – veja-se os últimos sismos registados na região do Estreito de Gibraltar e na região do Mar de Alboran, atingindo fortemente a costa norte de Marrocos), como também e baseando-nos nos nossos antecedentes históricos (como o foi o forte sismo de Fevereiro de 1969 com magnitude de 8.0 e com epicentro situado a 230Km de Lisboa) na grande probabilidade de que por cá um sismo de grande magnitude poder ocorrer, tendo como caso exemplar o violentíssimo terramoto ocorrido em Lisboa no ano de 1755 (e seguido de tsunami). Num interregno que já dura há cerca de 260 anos.

 

E então se pensássemos noutro tipo de Eventos com outras tantas probabilidades de êxito (no entanto infelizes para todos nós), muitas deles com certas hipóteses (consequências do aquecimento global) e outras nem tanto como isso (consequências da existência do Planeta X), bem que pensaríamos duas vezes (no mínimo) em quem mesmo acreditar.

 

“The sixth mass extinction is in progress, now, with animals going extinct 100 to 1,000 times (possibly even 1,000 to 10,000 times) faster than at the normal background extinction rate, which is about 10 to 25 species per year. Many researchers claim that we are in the middle of a mass extinction event faster than the Cretaceous-Tertiary extinction which wiped out the dinosaurs. Rather than a meteorite or large volcanic eruption, the alarming decline of biodiversity (diversity of species on earth) leading to the current mass extinction is the results of five major human activities: Habitat destruction including human-induced climate change; Invasive species; Pollution; Human overpopulation; Over-harvesting (hunting, fishing and gathering).” (endangeredspeciesinternational.org)

 

(imagens: emsc-csem.org/usgs.gov/ smithsonianchannel.com)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 23:51