ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Um Calhau Extrassolar
Na presença de dois objetos extrassolares, um (Oumuamua) exibindo-se e atravessando recentemente o nosso Sistema Solar (um Sistema que não o deles, referenciados a outra(s) estrela(s)) e outro (LaPaz 02342) há muito desaparecido (escondido) mas já há muito tempo por cá. E assim se concluindo (entre tantas e tantas coisas) que mesmo pouco se fazendo, sendo esperto e organizado (seja no caos ou na ordem as duas complementando-se), se pode mesmo ir muito longe − por vezes bastando tirar a pala (sem receio de se desorientar) e basicamente olhar para o lado.
Oumuamua
Um Objeto Interestelar
(ilustração)
Quem ainda se recorda do alvoroço científico provocado pela passagem perto da TERRA do objeto interestelar OUMUAMUA (descoberto a 19 de Outubro de 2017 por Robert Werick − um físico-astrónomo canadiano – utilizando o telescópio Pan-STARRS localizado no Havaí) – atingindo a 9 de Setembro de 2017 o seu ponto de maior aproximação ao SOL (cerca de 38 milhões de Km) e a 14 de Outubro de 2017 o seu ponto de maior aproximação à TERRA (cerca de 24 milhões de Km) – poderá facilmente concluir como a descoberta de um objeto estranho ao nosso SISTEMA SOLAR (Extrassolar), originou tanta discussão (científica), tantas explicações para a sua origem e formação (num passado remoto e num lugar bem distante) e até pelo mistério e alguns segredos pelo mesmo transportado, algumas teorias mais estranhas senão mesmo entrando pelo mundo da especulação e da Conspiração: um objeto (asteroide) oriundo de uma outra estrela (que não a nossa), deslocando-se a uma velocidade (relativamente ao Sol) superior aos 38Km/s, apresentando uma dimensão entre 100m/1000m (incerta mas estimada em cerca de 400m/800m), com um período de rotação rondando as 7h/8h e um tom pouco usual vermelho-escuro (característico de objetos extrassolares) e por estas características (e outras associadas) podendo até ser visto como restos de um cometa (normalmente gelado mas neste caso segundo os cientistas sendo constituído por rochas/metais), pela sua órbita e tempo de entrada/saída (do Sistema Solar) viajando através do Espaço Interestelar há várias centenas (certamente muitas) de milhares de anos.
Amostra do meteorito LaPaz 02342
Descoberto no território gelado da Antártida
(imagem)
Algo que não terá sucedido com a descoberta (em 2002) do METEORITO LAPAZ ICEFIELD 02342 (pelo menos com a mesma divulgação e promoção mediática de Oumuamua), um objeto (de cerca de 42g) considerado bastante antigo, tendo a particularidade de no seu interior integrar um fragmento de um cometa (certamente da mesma altura do meteorito) e podendo-nos dar ainda mais pistas sobre o início da formação do nosso Sistema Solar − e para além do mais disponível a pouca distância (não no Espaço mas) à superfície da Terra: segundo os cientistas com uma constituição muito semelhante à dos Cometas Primitivos, formados por condritos carbonáceos (meteoritos rochosos com alto-teor de carbono). Apenas 5% dos meteoritos observados.
Um fragmento de um COMETA capturado (talvez há biliões de anos aquando da formação da Terra) por um ASTEROIDE, posteriormente entrando em rota de colisão com a Terra e impactando-a sobre o continente gelado da Antártida (no presente, mas certamente bem diferente nesse bem distante passado): e atravessando a atmosfera terrestre com o meteorito a proteger da ação desta (e da sua contaminação) o precioso fragmento de cometa primitivo nele incrustado.
Entrada na atmosfera de um meteorito
Uma rocha vinda do Espaço, como diria Ernst Cladni o Pai dos Meteoritos
(imagem)
“Because this sample of cometary building block material was swallowed by an asteroid and preserved inside this meteorite, it was protected from the ravages of entering Earth’s atmosphere. It gave us a peek at material that would not have survived to reach our planet’s surface on its own, helping us to understand the early Solar System’s chemistry.”
(Larry Nittler/carnegiescience.edu)
E assim ao nosso lado, enterrado sob uma extensa camada de gelo e afastando do nosso olhar o continente perdido da ANTÁRTIDA − podendo ter sido em tempos remotos um território com um ecossistema (evoluindo por saltos e ao longo de ciclos) muito semelhante (por replicação num conjunto fechado) ao nosso – estando a tão desejada resposta, aquilo que pensaríamos obter apenas para lá do horizonte (para já inalcançável), num Evento extraordinário (anulando o Tempo) e ainda por determinar (ou não olhássemos todos as noites para o céu e para as estrelas e seu poder infinito): numa pequena amostra (42,42g), de dimensões reduzidas (3cmx3cmx2,25cm), perdida e localizada perto do Polo Sul (86° 22’ S, 70° 0’ W). E mesmo assim (como uma agulha num palheiro) descoberta (para crédito do Homem).
(imagens: NASA Goddard/youtube.com – Carles Moyano-Cambero/universetoday.com − Thomas Grau/Bolide/wikipedia.org)